Pesquisa revela que apenas 2% dos moradores do Nordeste sabe que o diabetes prejudica o coração

cardiaco

Problemas cardiovasculares são a principal causa de morte em pessoas com diabetes. No entanto, essa informação ainda é pouco conhecida. Pesquisa inédita do Instituto Datafolha, intitulada “Conhecimentos sobre o diabetes”, aponta que apenas 2% da população brasileira na região Nordeste conhece a associação dos problemas do coração com o diabetes. A pesquisa foi encomendada pelo Movimento Para Sobreviver, que visa justamente trazer o alerta do risco cardiovascular no diabetes, principalmente em idosos.

A maioria das menções feitas sobre o grau de conhecimento dos respondentes sobre o diabetes na região são relacionadas à morte (13%), doença crônica (8%), amputação (4%), dificuldade de cicatrização (4%), cegueira ou problema de visão (3%). “Fundamental que as pessoas tenham maior profundidade e conhecimento na relação do diabetes com suas extensões prejudiciais. Com a propagação do conhecimento é possível chegar ao tratamento adequado e engajar a população a cuidarem melhor das pessoas que tem diabetes e doença cardiovascular principalmente”, diz Gilberto Casanova, presidente da associação de paciente ADJ (Associação Diabetes Brasil). .
Questionados, os brasileiros entendem que proteger o coração de quem tem diabetes (90%) é igualmente importante como ter cuidados para se evitar amputação e a cegueira (90%). No entanto, pouco se discute sobre a prevenção de doenças cardiovasculares em pessoas com diabetes e mais de 65 anos. A doença cardiovascular em pessoas com diabetes mata mais que HIV, tuberculose e câncer de mama na população mundial. E até 80% dos pacientes com diabetes tipo 2 morrem em decorrência de problemas cardiovasculares.

Movimento Para Sobreviver – A realidade do tratamento do coração do idoso com diabetes está muito distante dos consultórios médicos, ambulatórios e do cotidiano dos brasileiros. Para mudar esse cenário e tornar uma prioridade, sociedades médicas, associações de pacientes e laboratórios se uniram para criar o “Movimento Para Sobreviver” (www.movimentoparasobreviver.com.br).

Entre os participantes estão as ONGs (organizações não governamentais) Associação Diabetes Brasil (ADJ), Associação Nacional de Atenção ao Diabetes (ANAD), Rede Brasil AVC, as sociedades médicas Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e as farmacêuticas Boehringer Ingelheim e Eli Lilly do Brasil.

O diabetes compromete a absorção de glicose no corpo e, entre as várias consequências dessa alteração no organismo, está o aumento do risco de doença cardiovascular, principal causa de morte nos pacientes com diabetes 5. “O Brasil está em 4º lugar entre os países com mais altas taxas de diabetes no mundo. Os principais fatores que elevam o risco de ter diabetes tipo 2 são o sobrepeso e obesidade, sedentarismo, envelhecimento e histórico familiar. O tabagismo e a rápida urbanização também são importantes”, comenta Dra. Hermelinda Pedrosa, endocrinologista e presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes.

Para Dr. Oscar Dutra, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), é comum o diabetes estar associado à hipertensão, fator que colabora para o surgimento de problemas cardiovasculares. “O paciente com diabetes tipo 2 tem alta propensão de doença coronária (angina), infarto do miocárdio, AVC e insuficiência cardíaca”, esclarece o cardiologista.

Custos – Os custos com doenças cardiovasculares consomem a maior parte dos gastos com o diabetes, chegando a 42% do total. Estima-se que 39% desses custos são direcionados ao tratamento de infarto do miocárdio nessa população, e 23% para insuficiência cardíaca. “Tratar o coração da pessoa idosa com diabetes é evitar custos decorrentes de internações e tratamentos de alta complexidade. Mais do que isso, é permitir que se mantenha saudável, convivendo com a família e com os amigos”, pontua o Dr. Fadlo Fraige Filho, endocrinologista e presidente da ANAD.

Segundo estudo do King’s College, da Inglaterra, em parceria com a Universidade de Gottingen, na Alemanha, os gastos do Brasil com o diabetes foram de US$ 57,7 bilhões (mais de R$ 200 bilhões) em 2015.7

Entre os dias 21/08 a 10/09, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC) disponibiliza consulta pública sobre a incorporação da empagliflozina no Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento dos idosos com diabetes tipo 2 e doença cardiovascular estabelecida com objetivo de prevenção de morte. Para participar, acesse: http://movimentoparasobreviver.com.br/consulta-publica/

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