PF contabiliza mais de R$ 51 milhões em ‘bunker’ que seria de Geddel

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Terminou no final da noite desta terça-feira (5) a contagem do dinheiro encontrado de manhã pela Polícia Federal (PF) num apartamento em área nobre de Salvador, imóvel que seria usado pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima. A quantia total do dinheiro é de pouco mais de R$ 51 milhões (R$ 51.030.866,40) – uma parte em dólares. A polícia usou sete máquinas para contar as notas e levou o dia inteiro para finalizar a contagem.

A PF informou que o valor localizado representa a maior apreensão de dinheiro vivo já feita pelo órgão. A ação de busca e apreensão, chamada de Tesouro Perdido, é um desdobramento das investigações sobre fraudes na liberação de créditos da Caixa Econômica Federal, a operação Cui Bono. Geddel foi vice-presidente de Pessoa Jurídica do banco entre 2011 e 2013, durante o governo de Dilma Rousseff. No governo Temer, ele foi ministro da Secretaria de Governo.

A prisão do político baiano foi decretada em julho. No pedido à Justiça, o Ministério Público Federal afirmou que Geddel é “um criminoso em série” e que faz dos crimes financeiros e contra a administração pública “sua própria carreira profissional”. O ex-ministro cumpre prisão domiciliar na Bahia há quase dois meses sem tornozeleira eletrônica.

As caixas e malas de dinheiro encontradas pela PF nesta terça estavam em apartamento que fica na Rua Barão de Loreto, no bairro da Graça. O imóvel teria sido emprestado ao político para que guardasse os pertences do seu pai, já falecido. Durante as investigações sobre Geddel, surgiu a suspeita de que ele estava usando o local para esconder provas de atos ilícitos e dinheiro em espécie.

A busca e apreensão no apartamento foi autorizada pela 10ª Vara Federal de Brasília. No mandado judicial, datado de 30 de agosto, consta que “há fundadas razões de que no supracitado imóvel existam elementos probatórios da prática dos crimes relacionados na manipulação de créditos e recursos realizadas na Caixa Econômica Federal”.

Conforme a polícia, os valores apreendidos foram transportados a um banco, para serem contabilizados e, depois, depositado em conta judicial. O G1 tenta, desde o final da manhã desta terça-feira, falar com a defesa de Geddel, mas ainda não conseguiu contato com o advogado que representa o político.

Foto de capa: Pedro Ladeira.

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