O Palácio do Planalto classificou como “informações falsas” as acusações feitas contra presidente Michel Temer nas delações premiadas do grupo JBS. Em delação premiada, Ricardo Saud, diretor de Relações Internacionais da J&F (holding da JBS), cita repasse de R$ 15 milhões em vantagens indevidas para a campanha à vice-presidência em 2014 e para atuar em favor do grupo empresarial. “Todo o recurso recebido para a campanha foi oficial”, acrescentou a assessoria.
Nos depoimentos divulgados nesta sexta-feira (19), os delatores da J&F afirmaram que a empresa destinou mais de R$ 500 milhões para ajudar a eleger governadores, deputados estaduais, federais e senadores. Conforme Saud, o total em dinheiro repassado por meio de “pagamentos dissimulados” alimentou as campanhas de 1.829 candidatos. Desses, 179 se elegeram deputados estaduais em 23 unidades da Federação e 167, deputados federais por 19 partidos.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), em encontro no Palácio do Jaburu com Joesley Batista, o presidente deu aval para que ele continuasse a pagar uma espécie de mesada ao ex-deputado Eduardo Cunha e o doleiro Lúcio Funaro, ambos presos, para que continuassem em silêncio. O áudio da conversa, gravada por Joesley, foi disponibilizado nesta quinta-feira (18). Após a divulgação, Temer e assessores ouviram a gravação e avaliaram que o conteúdo da conversa não incrimina Temer , criando um clima de alívio no Planalto.
Nesta sexta, após a quebra do sigilo das delações, o presidente e os assessores passaram o dia em reuniões.
Da Agência Brasil.
