Prefeitura de Tanquinho realiza audiência pública para debater violência no município

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Prefeito municipal Luedson Soares. Foto: José Barreto Jr.

A Prefeitura Municipal de Tanquinho realizou, na noite desta sexta-feira (20), audiência pública para discutir questões relacionadas à violência crescente na cidade. “Recebo muitas queixas da população sobre a criminalidade e muitas vezes as pessoas têm medo de denunciar. Precisamos dar um basta na violência em nosso município”, disse o prefeito Luedson Soares.

Entre as críticas feitas pelo deputado estadual Carlos Geilson, presente no evento, está o fato de a PM da cidade estar subordinada a 57ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), cuja sede é no município de Santo Estêvão, e não ao comando instalado em Feira de Santana, que fica mais próximo de Tanquinho. Segundo o comandante da 57ª CIPM, Major Jovino Oliveira, está em andamento um projeto para que a polícia da cidade tanquinhense seja ligada a Feira ou Riachão do Jacuípe, municípios mais próximos.

A representante da Associação de Mães, Maria Cristina, destacou o baixo efetivo policial de Tanquinho. “Temos praticamente apenas dois policiais civis por dia para dar conta da cidade toda”, afirma. A delegada da Polícia Civil do município, Maurenice Fernanda, reconheceu o baixo efetivo, porém declarou que a polícia faz o que está a seu alcance e que a população deve pressionar os poderes públicos competentes para melhorar a estrutura policial.

Um assunto bastante citado pelos moradores locais foi a prática de crimes por bandidos a bordo de motos e usando capacete. Parte da população acredita que a exigência do uso do equipamento facilita a ação dos criminosos, uma vez que o reconhecimento deles é dificultado por estarem com a face coberta pelo item. Os habitantes acreditam que impedir o uso do capacete em Tanquinho intimidaria a criminalidade, pois os bandidos estariam com o rosto à mostra.

Neste ano a polícia registrou apenas 14 roubos na cidade, porém o número real é maior. Foto: José Barreto Jr.

As autoridades policiais foram unânimes quanto à ilegalidade do não uso do equipamento, além de destacarem que o item protege as vidas dos motociclistas e passageiros, e que o uso do capacete é determinado pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), ou seja, tem que ser cumprido. Elas também afirmaram que o não uso do equipamento não diminuiria o número de crimes. O comandante da Companhia Independente de Policiamento Especializado/Nordeste (Cipe/NE), Major Wellington Moraes, destacou que neste ano foram registrados em Tanquinho apenas 14 casos de roubos, mas que os números reais são maiores, porém a população não está registando queixa, o que prejudica a ação policial.

Moraes informou ainda que as pessoas podem fazer denúncias anônimas através do número de WhatsApp (75) 99703-9603. Outros números pelos quais os moradores podem fazer denúncias anônimas foram citados pela representante da Coordenadoria de Polícia Civil do Interior (1ª Coorpin), situada em Feira de Santana, delegada Ludmila Vilas Boas. Os números indicados por ela são o 181, da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), e o 190, da Central das Polícias Civil e Militar, cujas ligações telefônicas são gratuitas. Por fim, as autoridades presentes se comprometeram em somar esforços no combate à criminalidade.

A audiência foi realizada no Trapiá Social Clube. Além das autoridades já citadas, também compuseram a mesa do evento o vice-prefeito de Tanquinho, Dioclecio Filho; presidente da Câmara Municipal, vereador Getúlio Oliveira; secretário municipal de Prevenção à Violência em Feira de Santana, Pablo Roberto; pároco de Tanquinho, Leomário Gonçalves; e os representantes das religiões de matrizes africanas na cidade, pai Willem Cruz; e da igreja protestante, pastor Lucivaldo Ribeiro.

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