Produção industrial na Bahia cresce 5,2%

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A indústria baiana apresentou ampliação pelo segundo mês consecutivo, em julho. A produção da indústria estadual cresceu 5,2%, em comparação com o mês anterior. Apesar do ganho acumulado de 8,3% nos últimos dois meses, especialistas ainda são cautelosos ao falar de recuperação da indústria baiana. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (9), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Entre os 14 locais pesquisados no Brasil, oito tiveram recuo de produção. A média nacional apresentou queda de 1,5% em julho. As quedas mais significativas foram no Paraná (-6,3%) e no Ceará (-5,2%). Santa Catarina (-2,4%) e São Paulo (-1,8%) também tiveram recuos maiores do que a média nacional (-1,5%). Amazonas (-1,5%), Espírito Santo (-1,4%), Minas Gerais (-1,3%) e Rio de Janeiro (-0,9%) completam os locais com desempenhos negativos.

Os resultados da indústria na Bahia não permitem ainda falar em recuperação, declara o assessor técnico da gerência de estudos técnicos da Fieb (Federação das Indústrias da Bahia), Maurício West Pedrão ao jornal A Tarde. “É prematuro dizer, por apenas uma comparação. É complicado porque pode ter uma questão conjuntural que interferiu no dado. Ainda não dá para dizer que é uma tendência. É um bom sinal. É preciso pelo menos três meses para dizer que existe uma tendência. Mas é um dado positivo, não deixa de ser”, afirma Pedrão.

Setores

Entre os setores que colaboraram para o resultado positivo estão o setor automobilístico, com aumento de 44,5%, e o de celulose, com aumento de 9,3%, em julho de 2015, em comparação com o mesmo período de 2014. O coordenador de acompanhamento conjuntural da SEI (Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia), Luiz Mário Vieira, lembra ao A Tarde que o crescimento da indústria automobilística durante o período é condicionado ao baixo desempenho do setor em julho no ano anterior.

“É um início de recuperação porque ano passado tivemos uma taxa ruim no mês de julho. A base do ano passado estava bem deprimida. A queda (em automóveis) ano passado foi de 35%. Mesmo assim, o setor cresceu”, pontua Vieira. O especialista estima que o crescimento de produção se deva a uma antecipação da linha produtora da Ford por causa das férias coletivas anunciadas.

O resultado positivo dos últimos dois meses, no entanto, é minimizado pelos especialistas quando se avalia os resultados acumulados no ano. De janeiro a julho, a indústria baiana caiu 7,2%, em comparação ao mesmo período de 2014. A queda nacional ficou em 6,6%, no mesmo período.

Com grande peso na economia estadual, um dos setores que mais contribuiu para a queda foi o setor de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-18,4%), por causa da menor produção de óleos combustíveis, óleo diesel, gasolina automotiva e naftas para petroquímica, segundo o IBGE. “A indústria vem sofrendo os efeitos do desaquecimento da economia, com questões de infraestrutura, tributárias e incertezas de vários aspectos, inclusive internacionais. Há tempos que o ambiente não é favorável. A tendência é de recuperação, são ciclos econômicos. A questão é saber o quanto vai ser recuperado e quando”, diz o assessor da Fieb, Maurício West Pedrão.

Com informações do jornal A Tarde.

Foto de capa extraída do site Bahia Econômica.

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