Queda de crianças de prédios provoca mais de 30 mortes por ano no Brasil

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Gustavo e o pai Giovanni. Foto: Reprodução/ Facebook.
Gustavo e o pai Giovanni. Foto: Reprodução/
Facebook.

A morte do menino Gustavo dos Santos Storto, 5 anos, após cair da janela do banheiro do apartamento onde morava, no 26º andar de um prédio em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, na noite de quarta-feira (18), chamou a atenção sobre a importância dos pais redobrarem os cuidados para evitar acidentes com crianças dentro de casa. Conforme dados do Ministério da Saúde, o Brasil registra, por ano, mais de 33 mortes de crianças por quedas de prédios.

Conforme o Datasus, sistema de tabulação de dados de óbitos e outras ocorrências, de 1996, primeiro ano de números disponíveis, a 2013, com os registros mais recentes, 607 crianças de zero a 14 anos morreram por “queda de ou para fora de edifícios ou outras estruturas”, o que representa uma média de 33,7 mortes por ano. Os registros de internações hospitalares também são altos. Em 2014, foram internadas 567 crianças por quedas de prédios. Em 2013, o número foi maior, de 753, de acordo com o Datasus.

6Segundo investigação da polícia, o pequeno Gustavo caiu quando a mãe dele saiu do apartamento para buscar o namorado em uma estação de trem. O menino acordou, teria colocado tênis e mochila escolar, instalado duas cadeiras no box do banheiro e alcançado a janela, de onde caiu. Câmeras de segurança do edifício mostram que a mãe não estava no apartamento no momento da queda do filho, conforme a Polícia Civil, que descarta que a criança tenha sido jogada. As investigações indicam que a morte foi acidental.

Cuidados

A diretora da ONG Criança Segura, Gabriela de Freitas, destaca que os adultos não devem nunca deixar uma criança sozinha em casa. “Ela não tem noção do que é perigoso, do risco, das consequências dos riscos. Não dá para contar que a criança jamais vá fazer alguma coisa perigosa”, alerta.

Mesmo em situações rápidas, como no caso de ir buscar uma pizza na portaria do prédio, os pais devem ser precavidos. “É preciso tentar rastrear tudo que a criança pode fazer e adaptar e proteger o ambiente para que ele seja sempre seguro. É bom deixar a casa bem preparada de maneira que se o filho acordar e perceber que está sozinho, não tem como ele se machucar”, pontua.

Quem tem criança em apartamento coloca redes de proteção nas janelas e varandas. Mas nem sempre isso é possível. Janelas basculantes e banheiros, cozinha e área de serviço não permitem a instalação das telas. “Banheiro em geral não se coloca tela porque a abertura é reduzida, dependendo do tamanho da criança nem passa”, destaca Gabriela de Freitas. No caso da morte do menino Gustavo, o modelo da janela era maior. “Teria de ter uma tela ou, a mãe jamais deixar o menino sozinho”, afirma.

A ONG Criança Segura destaca outros tipos de acidentes com crianças em casa como quedas de escadas, intoxicação com produto de limpeza, higiene pessoal, queimaduras na cozinha e sufocamento por objetos pequenos que obstruam as vias aéreas.

Com informações do G1.

Foto de capa extraída do site redeciaredesdeprotecao.com.

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