Regulamentação de cigarros eletrônicos: ‘esperamos que não seja aprovada’, diz médico da AMB

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O projeto de lei, de autoria da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), que propõe a regulamentação do uso de cigarros eletrônicos no país está em tramitação no Senado. Segundo o médico pneumologista Ricardo Meirelles, que coordena a Comissão de Combate ao Tabagismo da Associação Médica Brasileira (AMB), afirmou ao programa Altos Papos, nesta quinta-feira (26), que a AMB e a comunidade científica brasileira esperam que este projeto não seja aprovado.

“A AMB vê isso com muita preocupação, pois o cigarro eletrônico é prejudicial à saúde. Existem estudos que comprovam que o cigarro eletrônico pode causar malefícios para pessoas que não são usuárias, mas convivem com um usuário em um ambiente fechado. Além da AMB, a comunidade científica espera que essa resolução não seja aprovada”, afirmou.

Desde 2009, a Anvisa proíbe a comercialização, importação e propaganda de todos os dispositivos eletrônicos voltados ao fumo. Apesar disso, números do Instituto em Pesquisa e Consultoria Estratégica apontam que o número de usuários aumentou e, em 2022, passou para 2,2 milhões de pessoas. Ainda segundo Meirelles, os jovens possuem uma falsa ilusão de que o cigarro eletrônico não causa prejuízos à saúde.

“O cigarro eletrônico é um produto que faz muito mal à saúde. Estamos vendo muitos jovens usando-o, achando que é algo normal e que não causará mal porque tem água, gosto de fruta e não produz fumaça. Existe uma falsa ilusão de que é um produto que não faz mal à saúde, mas diversos estudos já comprovaram seu malefício. Por isso, devemos conscientizar as pessoas dos prejuízos de usar este produto”, disse.

O pneumologista destaca que há uma doença fatal causada especificamente pelo uso de cigarros eletrônicos: o Evali, uma Síndrome Respiratória Aguda Grave. “Grande parte desta síndrome ocorreu em 2019, quando várias pessoas, principalmente jovens, deram entrada em UTIs com quadro de falta de ar, destruição dos dois pulmões e pneumonia. A única causa em comum era o uso do cigarro eletrônico”.

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