Rui acusa Neto de incoerência por ser contra CPMF e elevar IPTU

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As discussões sobre a criação de uma nova CPMF motivaram o governador Rui Costa (PT) a acusar, nesta quinta-feira (17), o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), de “incoerência” e dizer que pode ser “fácil” para o democrata estar contra a nova fonte de receita pretendida pelo governo federal, mas também desejada por governadores e prefeitos.

“É um direito dele, mas acho uma incoerência. Quando ele entrou, quanto foi que ele aumentou o IPTU? 1.000%. Eu não conheço, na história de Salvador, um prefeito que tenha aumentado tanto o IPTU quanto ele aumentou. Para ele, talvez seja fácil. Ele mesmo disse que fez caixa durante dois anos. Agora, eu quero perguntar a esses prefeitos o que eles acham”, declarou Rui, pouco antes da abertura do 4º Encontro de Prefeitos da União dos Municípios da Bahia (UPB), que está sendo realizado no Resort Vila Galé Marés, em Camaçari, até o domingo (20).

Neto já anunciou que fará uma campanha nacional contra a CPMF. Rui, por sua vez, participou na terça-feira (15), no Congresso, da reunião dos governadores que defendem o imposto. Ao comentar o posicionamento do adversário político, o governador ainda falou sobre as críticas feitas por Neto a não liberação, pelo governo federal, de recursos para o BRT de Salvador.

“É fácil cobrar da presidenta o BRT. Em uma semana, você cobra o BRT e, na outra, cobra que não faça o ajuste fiscal. Isso entra na cabeça de quem, gente? Você quer mais gastos e quer cortar receita? Isso não me parece algo sensato de nenhum gestor”, declara Rui.

Encontro de prefeitos

Reunidos nesta quinta-feira no 4º Encontro de Prefeitos da União dos Municípios da Bahia (UPB), gestores de diversas cidades aprovaram antes da chegada de Rui, em assembleia geral, o apoio à proposta de criação da nova CPMF, com o compartilhamento do valor arrecadado entre União, Estados e municípios. Neto não participou do encontro.

Pela proposta do governo federal, a CPMF teria uma alíquota de 0,2%. Governadores e prefeitos interessados em recursos passaram a defender uma alíquota de 0,38%, para que o valor excedente seja compartilhado com Estados e municípios. Também na assembleia da UPB, os prefeitos presentes decidiram que vão pedir a Rui que seja uma espécie de intermediador entre os gestores e as lideranças do Congresso Nacional, para defesa da pauta municipalista, sobretudo uma melhor divisão do bolo tributário.

“Se chamar os deputados, eles não vêm. Temos que fazer uma assembleia geral com todos os prefeitos e o governador, e daí ele (Rui) pode chamar quem quiser”, disse a presidente da UPB, Maria Quitéria (PSB), prefeita de Cardeal da Silva.

Com informações do site do jornal A Tarde.

Foto de capa: Paulo Macêdo/Bocão News.

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