Rui Costa e ministro da Educação trocam provocações nas redes

Foto: Reprodução
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O governador da Bahia, Rui Costa (PT), e o ministro da Educação, Abraham Weintraub, trocaram provocações nas redes sociais. Tudo começou após o petista baiano dizer, em um almoço com jornalistas, que a discussão sobre cobrar mensalidades, para estudantes ricos, não pode ser “tabu”. Em uma postagem no Twitter, o integrante da equipe do presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou, de maneira errônea, que o chefe do Palácio de Ondina “que é de um partido de oposição, propôs a cobrança das mensalidades dos estudantes da universidade estadual da Bahia”.

Horas depois, o governador respondeu com ironia. “Ministro, se o senhor ainda estiver no cargo até a semana que vem, eu lhe convido para vir à Bahia. Eu já dei banca de matemática. Então, posso lhe ensinar, por exemplo, a fazer cálculo de proporção, a fazer conta, para o senhor não passar vergonha nacionalmente”, disse Rui, ao se referir a um vídeo em que Abraham Weintraub explica o congelamento de 30% no orçamento das universidades e institutos federais. O petista baiano também sugeriu ensinar gestão para Weintraub. “E, se quiser também aprender gestão, aprender a não cortar recursos e sim a aplicar recursos na Educação, criar apoio programas de apoio a juventude, como nós criamos o programa Mais Futuro, vem aqui para a Bahia que eu te ensino como é que governa e como que faz boa gestão para ser aprovado por 76% do povo”, acrescentou.

Ontem, durante audiência em comissão Câmara dos Deputados, o ministro disse ser contra cobrança de mensalidade de alunos na graduação, mas defendeu que isso ocorra para a pós-graduação, como em alguns cursos de mestrado. “Cobrar dos alunos de graduação eu sou contra, porque é uma discussão que vai ser muito acalorada e a gente vai gastar uma energia gigantesca para poucos alunos que são de famílias ricas, mas que às vezes é de família rica e tem pai desnaturado”, disse. “Mas eu acho que se a gente focar na cobrança de pós-graduação, você não tem que discordar. Está lá o bonitão com o diploma de advogado querendo fazer o mestrado. E aí tem que pensar em pagar. O aluno de graduação, acho que não, esse a gente poderia postergar. Mas o de pós, esse tem condição de pagar.”

Segundo o ministro, no entanto, a cobrança não valeria para todos os cursos. “Não é para toda pós-graduação, mas para algumas que têm visão de mercado, a gente aí poderia cobrar e daria mais receita em relação ao custo, energia e retorno financeiro”. A sessão acabou em confusão após tentativa de representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) tentarem fazer perguntas ao ministro. A deputada Professora Marcivania (PCdoB-AP), que presidia a sessão, questionou Weintraub se ele aceitaria ouvir os estudantes, e o ministro disse que não. “Eu não quero falar com a UNE, eles não são eleitos. Eu nunca fui filiado à UNE”, disse o ministro.

Em nota, a deputada federal baiana Alice Portugal (PCdoB) afirmou que os presidentes da UNE e da UBES, Marianna Dias e Pedro Gorki, foram agredidos . Segundo ela, deputados governistas se “irritaram e incentivaram os seguranças a tirarem do plenário Pedro e Marianna”. “O que aconteceu foi a expressão mais brutal da tentativa de cercear o direito político dos estudantes a falarem no país. Não bastasse a Lei da Mordaça, agora os deputados que não aceitam a opinião dos estudantes, querem nos calar. Por que ouvir os estudantes e a sociedade incomoda tanto este governo? No dia 30 de maio, estaremos de novo nas ruas, porque o que está em jogo no Brasil é o caráter público, democrático e universal da educação”, afirmou Pedro.

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