Seis pessoas morrem por dia no Brasil por crise de asma

Foto: Reprodução/Regional Farmácias
Foto: Reprodução/Regional Farmácias
Foto: Reprodução/Regional Farmácias
Foto: Reprodução/Regional Farmácias

No Brasil, 20 milhões de pacientes e aproximadamente 20% das crianças têm asma, doença inflamatória crônica dos brônquios, que apesar de não ter cura, tem tratamento e permite ao paciente uma melhor qualidade de vida. Ainda assim, seis pessoas morrem diariamente por causa da doença, que já é considerada a quarta maior causa de hospitalizações pelo Sistema Único de Saúde, de uma doença crônica tratável, como hipertensão arterial ou diabetes.

A principal razão para este cenário, segundo o pneumologista pediátrico e professor da Faculdade de Medicina da PUC do Rio Grande do Sul, Dr. Paulo Pitrez, é que a asma ainda é uma doença negligenciada pelos pacientes, médicos e poder público, quando o assunto é informação e tratamento. “A asma tem uma prevalência alta no Brasil, mas ainda é esquecida e subtratada”, explica o médico. “Os números de hospitalizações e mortalidade da doença podem estar associados ao não entendimento dos pacientes sobre a asma e seus sintomas, além do subdiagnóstico da gravidade”.

Pacientes com asma grave sofrem com crises, perdem aula ou trabalho, não conseguem fazer exercícios ou brincar (neste caso, as crianças), por vezes, necessitando de hospitalizações, chegando a procurar 15 vezes mais prontos-socorros, e sendo hospitalizados 20 vezes mais que os que sofrem com a doença em sua forma leve.Isso interfere substancialmente em sua qualidade de vida e aumenta o risco de morte para o paciente. “A sensação de falta de ar é uma das piores sensações para o ser humano e não é normal ter uma rotina de idas ao pronto socorro por causa de crises constantes. Este é um sinal de que a asma não está controlada e que este paciente precisa de ajuda”, aponta o Dr. Pitrez.

Outra questão impactante é a diferenciação entre asma e asma grave. “Vários pacientes diagnosticados com asma possuem, na verdade, asma grave, e essa falta de conhecimento sobre a gravidade e controle da doença, tanto pelo paciente como muitas vezes pelo próprio médico, impacta diretamente na qualidade de vida e melhor tratamento preconizado. Os custos do impacto desta doença, não adequadamente assistida, para a sociedade brasileira, são imensos, tanto financeiros como para o desenvolvimento humano esta parcela da população”, finaliza o Dr. Pitrez.

O Diário Oficial da União (DOU) publicou, no dia 18 de dezembro, a abertura da consulta pública nº38 para manifestação da sociedade civil a respeito da recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (CONITEC) referente à incorporação no Sistema Único de Saúde do medicamento omalizumabe (Xolair®), único tratamento biológico para a asma alérgica grave no Brasil. O medicamento já é aprovado e reembolsado pelos sistemas públicos de países como Estados Unidos e União Europeia desde 2005.

Omalizumabe promove a melhora dos sintomas e diminui as crises decorrentes da doença, permitindo que o paciente melhore sua qualidade vida. O medicamento reduz em 60,8% o número de crises, o que diminui diretamente no número de visitas ao pronto-socorro (79,6%) e hospitalizações (67%). Além disso, há uma melhora significativa da função pulmonar e dos sintomas diurnos.

As contribuições podem ser feitas pelo site oficial do órgão http://conitec.gov.br/index.php/consultas-publicas, até o dia 18 de janeiro.

Outras Notícias