Sem licitação, governo Bolsonaro pagou R$ 260 por kg de pescoço de galinha para indígenas

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Sem licitação, o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pagou R$ 260 pelo quilo de pescoço de galinha destinado a indígenas na Amazônia, em 2022.

De acordo com informações do Estadão, a aquisição foi feita pela coordenação regional da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), no Rio de Madeira (AM), que na época da pandemia também comprou mais de uma tonelada de carnes e presunto que nunca foram distribuídas às aldeias indígenas afetados pela fome e desnutrição.

Segundo o jornal, o preço médio do pescoço de galinha em outros contratos do governo no mesmo período foi de R$ 10,7, 24 vezes menor que o valor superfaturado de R$ 260. Nos supermercados o quilo do mesmo produto pode ser encontrado por R$ 5. Questionados pelo Estadão, o atual comando da Funai e a gestão do órgão no governo Bolsonaro não se posicionaram sobre a compra.

Os produtos foram comprados para indígenas da etnia Mura e funcionários da Funai numa missão em Manicoré. O governo gastou um total de R$ 5,2 mil para adquirir um lote de 20 quilos de carne de pescoço, a R$ 260 o quilo. Conforme apurou o jornal, não há registros da entrega do produto nesse período.

A venda do produto foi feita por uma empresa sediada em Humaitá (AM), de propriedade de Herivaneo Vieira de Oliveira Junior, de 23 anos. O dono é filho de Herivaneo Vieira de Oliveira (PL), ex-prefeito do município, que já foi preso por ataques a órgãos ambientais.

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