O presidente Michel Temer já admite dar início à reforma ministerial ainda este ano, trocando de mãos os quatro ministérios ocupados pelo PSDB. Segundo avaliações no Palácio do Planalto, se o presidente perceber que o cenário desenhado nas próximas semanas no ninho tucano for mesmo na direção do desembarque do governo, Temer tende a se antecipar ao partido e tirá-lo de sua administração.
Assessores do Planalto afirmam, no entanto, que a intenção do presidente era “manter a coalizão” como hoje está. “Se o PSDB realmente quiser sair e Temer perceber que eles vão sair em dezembro, ele tem duas opções: se antecipar ou esperar. Em se convencendo que o PSDB sai de vez, ele vai se antecipar”, garantiu um aliado do presidente.
O PSDB, que está rachado, deve decidir em dezembro se deixa ou não o governo. Hoje o partido tem quatro ministros e ocupa algumas das pastas mais cobiçadas do governo: Aloysio Nunes (Relações Exteriores), Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo), Bruno Araújo (Cidades) e Luislinda Valois (Direitos Humanos). Apesar da mudança de estratégia de Temer, seus interlocutores dizem que, caso ele decida mesmo dar a outras legendas as pastas ocupadas por tucanos – os partidos do centrão pressionam o governo, de olho nos espaços do PSDB – a reforma ministerial acontecerá de forma gradual. “Governo não é que nem futebol americano, não dá para sair trocando o governo inteiro de uma vez”, disse uma pessoa próxima a Temer.