Temer vira réu pela 4ª vez, agora em investigação sobre casa da filha

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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A suspeita dos procuradores é que a reforma da casa da Maristela foi financiada com dinheiro desviado das obras da usina nuclear de Angra 3.(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O juiz Diego Paes Moreira, titular da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, aceitou nesta quinta-feira (4) a denúncia feita pela força-tarefa da Lava Jato do Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-presidente Michel Temer (MDB), a filha dele Maristela Temer, o coronel João Baptista Lima Filho e a mulher de Lima, Maria Rita Fratezi.

Com a decisão, os quatro agora se tornam réus em uma ação penal pelo crime de lavagem de dinheiro. O MPF havia feito as denúncias, a suspeita dos procuradores é que a reforma da casa da Maristela foi financiada com dinheiro desviado das obras da usina nuclear de Angra 3.

Em nota o criminalista Eduardo Carnelós, que defende Michel Temer, afirmou que a acusação “é infame” e “estapafúrdia”. Já o advogado Fernando Castelo Branco, que defende Maristela Temer, disse que “a origem dos valores utilizados para a reforma de sua residência é lícita e [a filha do ex-presidente] jamais participou de qualquer conduta voltada à lavagem de dinheiro”.

Os advogados Cristiano Benzota e Mauricio Leite, responsáveis pela defesa do coronel Lima e de Maria Rita Fratezi, citaram a “precipitação da apresentação de denúncias pelo Ministério Público Federal”.

A denúncia é desdobramento do chamado inquérito dos portos, que investigou se Temer favoreceu empresas do setor portuário com a edição de um decreto. Ela ocorreu 12 dias após o ex-presidente ser preso pela Lava Jato do Rio. Ele foi solto no dia 25 de março após decisão do desembargador Antonio Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região.

O caso estava no Supremo Tribunal Federal (STF) e foi remetido para São Paulo em janeiro, quando Temer deixou a Presidência e perdeu o foro privilegiado. A casa de Maristela Temer tem 350 m² e fica no Alto de Pinheiros, um dos bairros mais valorizados da capital paulista. Em 2014, o imóvel passou por uma grande reforma.

Também nesta terça, Temer, o ex-ministro e ex-governador Moreira Franco e outras 12 pessoas viraram réus no Rio de Janeiro em razão de desvios na Eletronuclear na obra de Angra 3 – o ex-presidente responde por peculato, corrupção e lavagem de dinheiro.

 

G1

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