Tratamento combinado ajuda no combate às crises de enxaqueca

Foto: Reprodução/http://ptsaude.com.br/
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A Sociedade Brasileira de Cefaleia presta serviço e alerta para uma doença incapacitante e que pode impactar na vida pessoal e profissional dos pacientes, sendo a maior parte deles formado por mulheres. A enxaqueca é uma doença biológica e hereditária que tem uma alteração química cerebral genética caracterizada por um vaso dilatação cerebral com um processo inflamatório. Por ser crônica, o diagnóstico, a prevenção e o tratamento são fundamentais para o controle da enfermidade.

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Principais fatores desencadeantes – Os fatores desencadeadores da crise de enxaqueca mais comuns são: odores fortes, barulhos, mudança no horário do sono, alguns tipos de alimentos (vinho, queijo amarelo, chocolate), além dos fatores psicológicos, como: stress, cobrança no trabalho, nas mulheres durante o período menstrual por conta das oscilações hormonais, entre outros. O uso abusivo de analgésicos pode provocar uma alteração na liberação de endorfina no cérebro. Portanto, é recomendado o tratamento tanto para a prevenção quanto para os casos agudos de enxaqueca.

Existe tratamento – Especialistas alertam que, quanto mais precoce o diagnóstico, maior a chance de o paciente iniciar o tratamento correto para controlar e combater as crises agudas incapacitantes causadas pela enxaqueca. Um indivíduo que toma dois analgésicos por semana para combater a dor de cabeça já é considerado um enxaquecoso.

A migrânea, dor de cabeça intensa,é responsável pela perda de 1,4% do total de anos saudáveis

A enxaqueca está entre as quatro doenças crônicas mais incapacitantes do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde, a OMS. Muitas vezes é quase impossível identificar as reais causas das intensas dores de cabeça, mas elas ocorrem devido a múltiplos processos do organismo. Durante as crises há alterações tanto vasculares quanto em vias neurais.

O processo da crise começa basicamente com a liberação de substâncias inflamatórias e intensidade de estímulos elétricos do cérebro, causando a dilatação dos vasos sanguíneos, responsável pela intensidade da cefaleia. Apesar da eficácia associada a um arsenal terapêutico disponível para o tratamento da enxaqueca, uma grande parte dos pacientes não ficam sem dor. De acordo com Antônio Eduardo Damin, neurologista pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, os medicamentos para crise devem atuar nos dois fatores desencadeantes, os neurais e vasculares. ”O paciente pode fazer um tratamento com princípios ativos como a sumatriptana, que vai tratar a vasodilatação, e o naproxeno, que trata a inflamação. Hoje, ele consegue encontrar essas duas substâncias em um único comprimido, mas que agem de forma sinérgica. Quando combinado, o tratamento precisa resolver os reais fatores que levam à dor”, destaca o doutor.

As enxaquecas manifestam-se em crises recorrentes e atrapalham tanto a vida dos pacientes, que são responsáveis por abstinência no trabalho e queda da produtividade. Estima-se que 1,4% do total de anos de vida saudável dos pacientes afetados são interrompidos pelas fortes dores de cabeça. Ao considerar a expectativa de vida dos brasileiros de 75 anos de idade, essa estatística corresponde a pouco mais de um ano dentro de um quarto escuro e longe do convívio social. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCE), a enxaqueca acomete mais de 30 milhões de brasileiros e é responsável por 35% das consultas neurológicas no país. A prevalência ao longo da vida pode chegar a 43% das mulheres e 18% dos homens. Apesar disso, metade dos pacientes permanecem sem diagnóstico.

Mesmo entre aqueles em tratamento para o problema, 30% voltam a sentir o incomodo nas primeiras 24 horas a crise, o que os médicos chamam de recorrência. E esse retorno da dor retira a pessoa mais uma vez do convívio social, trazendo sensação de impotência, perda de momentos importantes e até mesmo perda de controle sobre si mesmo e sobre sua vida.

Os pacientes acometidos sentem dor de cabeça latejante e unilateral que pode mudar de lado e, dependendo da intensidade da crise, corre o risco de ficar impossibilitado de realizar suas atividades habituais como trabalhar, levar o filho na escola, fazer happy hour com os amigos etc. Ela gera, em sua fase crítica, sintomas como intolerância à luz, aos ruídos e a odores; além de náusea e vômito. Movimentos bruscos do crânio e esforços físico e mental também podem agravar o sofrimento durante a fase aguda.

Por todos esses fatores, é importante que o paciente tenha ciência de que a automedicação pode trazer sérios riscos à saúde e deve evitar a automedicação, muito comum para quem tem o problema. A ajuda virá por meio de um especialista que irá investigar e traçar um diagnóstico das causas e tratamento mais eficaz para controlar a recorrência da dor.

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