UEFS expulsa estudante de Medicina alegando uso indevido da cota para quilombola

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Foto: Reprodução.

O estudante de Medicina, Joésio da Silva Mendes, conseguiu na Justiça o direito de retomar o curso na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), após sua expulsão. Ele foi acusado pela instituição de ensino de não consegui provar sua condição de cotista, remanescente de comunidade quilombola.

A decisão favorável a Joésio Mendes foi publicada na última quarta-feira (25). O juiz Gustavo Rubens Hungria, titular da 2ª Vara da Fazenda Pública, determinou que o estudante conclua o curso. Ele está no 6º ano do curso de Medicina.

Joésio da Silva Mendes ingressou na UEFS em 2012, através da aprovação no vestibular, em uma das vagas destinadas aos candidatos moradores das comunidades remanescentes dos quilombos.

A defesa do estudante lembra na ação que além de ser egresso do sistema público de ensino, Joésio Mendes era residente, na época da aprovação no vestibular, na localidade de Lagoa Grande, em Feira de Santana. Essa comunidade foi certificada pela Fundação Cultural Palmares como remanescente das comunidades quilombolas, em 2007.

INQUÉRITO DISCIPLINAR

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Para apurar a condição de remanescente de comunidade quilombola do estudante, a UEFS instaurou inquérito disciplinar, em 2017. Segundo a conclusão do procedimento, Joésio Mendes comprou a documentação para concorrer à vaga.

O site Olá Bahia teve acesso ao processo, onde a defesa do estudante questiona o resultado do inquérito disciplinar. A conclusão, segundo os autos, é que “o estudante de medicina do 5º ano de Medicina (sic) da UEFS, Joesio Mendes, comprou uma documentação na comunidade quilombola para matrícula-se (sic) irregularmente na vaga de cotas para quilombola. Vale ressaltar que esse aluno é de família nobre e descendente de europeus”, concluiu.

A defesa do estudante questionou todos os pontos da conclusão do inquérito disciplinar, levando o caso à Justiça. A UEFS tem um prazo de 10 dias para prestar informações.

                                 Imagem: Reprodução.

O site Olá Bahia não conseguiu falar com o estudante para que ele comentasse o caso. A UEFS ainda não se pronunciou.

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