Recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a vacina composta por quatro tipos de vírus inativos da gripe começa a ser aplicada no Brasil na temporada 2015, conforme autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Inédita no país, a vacina quadrivalente contém, além das cepas também disponíveis na trivalente – A H1N1, A H3N2 e B Yamagata, uma nova linhagem do tipo B que pode manifestar-se nesta temporada – a Victoria, que continua circulando em países tropicais.
O infectologista e responsável técnico pelo serviço de vacinas do Laboratório Sabin, Claudilson Bastos, explica que a movimentação dos vírus é imprevisível e varia anualmente. “Nos últimos anos, além da influenza tipo B da linhagem Yamagata, foi registrada também a circulação da Victoria. Por isso, se fez necessária a inclusão da nova cepa do tipo B, para oferecer maior proteção”, esclarece.
O tipo de vírus adicionado é responsável por grande número de hospitalizações e mortes em todo o mundo. Segundo dados do Ministério da Saúde, no Brasil, de 2002 a 2013, foram diagnosticados em média 25,1% de casos relacionados ao influenza B. Só em 2013, essa tipagem teve maior incidência que a influenza tipo A H3N2, atingindo várias faixas etárias.
O infectologista explica que a vacina contra a gripe pode ser aplicada simultaneamente com as demais do calendário, sendo importante para todas as pessoas. Bastos reforça que adultos com mais de 50 anos devem tomar a vacina da gripe simultânea com vacina pneumocócica conjugada 13v.
“Além de prevenir a pneumonia, evita a sinusite, otite média e, até mesmo, a meningite, uma vez que a bactéria da pneumonia pode ser agente destas doenças”, detalha.
O especialista alerta que a vacinação continua sendo a principal forma de prevenção, mas alguns cuidados básicos de higiene são fundamentais para evitar a transmissão de vírus. “Proteger a tosse e o espirro com lenço de papel descartável e lavar as mãos com água e sabão ou com álcool em gel sempre que usar o banheiro, antes das refeições e após tossir ou espirrar são alguns hábitos que também ajudam a impedir a propagação e o contágio dos vírus”, destaca.