Viva a persistência! Zé Neto será candidato a prefeito de Feira pela sexta vez

teixeira foto nova

José Carlos Teixeira*

“Vai começar o futebol, pois é,

Com muita garra e emoção

São onze de cá, onze de lá

E o bate-bola do meu coração

(Um a zero, de Benedito Lacerda,

Pixinguinha e Nelson Ângelo)

 

Partiu candidatura. No último sábado, 6, em um encontro da militância petista de Feira de Santana, o deputado federal Zé Neto foi aclamado como pré-candidato do Partido dos Trabalhadores à prefeitura local. Isso significa que a disputa das eleições municipais do próximo ano começou de verdade.

Até então, tínhamos apenas alguns interessados manifestando o desejo de entrar na disputa – e outros sem manifestar interesse, mas já trabalhando como se candidatos fossem. Porém tudo no plano individual. Mais ou menos oficioso, digamos. Agora temos uma pré-candidatura semioficial.

Para valer, a indicação do deputado petista ainda precisará ser referendada pela convenção do partido e aprovada pela federação partidária que agrega PT, PCdoB e PV. Criada no ano passado, para a disputa presidencial, a federação deve durar quatro anos, por força de lei. Assim, as três legendas deverão permanecer unidas e concorrer com um candidato comum também nas eleições municipais.

Ao antecipar a colocação de seu nome na disputa com a chancela semioficial do diretório municipal do partido – e, dessa forma, acelerando o início da campanha eleitoral – Zé Neto faz-nos lembrar aquele samba cuja letra adverte os muitos gaviões que cercam o barraco da mulher amada: “a nega é minha, ninguém tasca, eu vi primeiro”.

Nenhuma novidade, aliás: isso é o PT sendo o PT. Ou seja, impondo a força de sua hegemonia sobre os demais partidos que integram a base do governo estadual. Pouco importa que a anunciada reunião dos três partidos que integram a federação para definir as regras que nortearão as eleições municipais ainda não tenha acontecido.

É também, convém frisar, Zé Neto sendo Zé Neto. Ou seja, impondo sua vontade pessoal de ser prefeito de sua cidade natal sobre os eventuais desejos de outros petistas – uma obstinação que já o levou a disputar o cargo nada menos que cinco vezes, sem sucesso. E cada vez mais sem qualquer resistência de seus pares a essa pretensão. Não é para menos: afinal, como o He-Man do desenho da tevê, ele tem a força. Aí entendida como o controle do partido e de praticamente todos os cargos do governo estadual no município, sobretudo nas áreas de educação e saúde, onde proliferam os preciosos contratos de Reda.

Então, sosseguem aqueles que, filiados ao PT ou a outros partidos da base governista, como o PSB e o PSD, sonhavam em ser o candidato do governador Jerônimo Rodrigues na disputa pela prefeitura da maior cidade do interior da Bahia: a vaga já tem dono.

Embora tenha começado a disputar o cargo de prefeito de Feira ainda no século passado, Zé Neto não pensa, de forma alguma, em desapegar. Vai à luta pela sexta vez. Se perder novamente será hexa e terá direito a pedir duas músicas no Fantástico. Mas nisso aí eu não me meto: quem decide é sua excelência, o eleitor.

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