Alzheimer, doença com prevalência em mulheres, pode ter processo acelerado em indivíduos com déficit de audição

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O Alzheimer, doença com prevalência em mulheres de acordo com a Associação de Alzheimer, pode estar relacionado com a perda auditiva em idosos, conforme o cirurgião otorrinolaringologista, Dr. Sandro Torres. Ele aponta um estudo realizado pela Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, que mostra: a cada dez decibéis perdidos na audição, o risco de doenças cerebrais, como o Alzheimer, aumenta em 27%.

O especialista explica que a perda auditiva e a deterioração cognitiva, além de estarem relacionadas com o avanço da idade, também estão interligadas por alterações patológicas. Trata-se de uma doença que se caracteriza pela perda intensa e acelerada de células neurológicas e isso gera várias consequências. A surdez ou qualquer déficit de audição pode ser um potencializador para esse processo de degeneração das células nervosas.

“Quando a pessoa tem surdez ou qualquer perda auditiva significativa, o recebimento de informações diminui, ou seja, a chegada de estímulos ambientais ao cérebro é reduzida e qualquer situação que acelere esse processo de degeneração dos neurônios, das células cerebrais, vai impactar, vai acelerar também o processo de Alzheimer”, salientou Dr. Sandro Torres.

O otorrinolaringologista ressalta então que é por conta disso que essa demência pode progredir mais rapidamente e aparecer mais cedo em pacientes com déficit auditivo, “por isso a necessidade de buscar um profissional a qualquer sinal de perda de audição, a fim de que se possa ter um diagnóstico e tratamento precoces”, afirmou o cirurgião. Além do Alzheimer, faz-se necessário frisar que a perda auditiva pode causar também um isolamento social muito grande, aumentando sentimentos de solidão, diminuindo a vontade do indivíduo de estar com outras pessoas em momentos de lazer, e colaborando, até mesmo, para o desenvolvimento de depressão e exaustão da própria reserva cognitiva.

O que já é comprovado, portanto, é que a deficiência auditiva não tratada pode acarretar uma série de doenças, inclusive mentais, como a demência. “Não só a voz, mas todos os sons do ambiente, como o barulho dos passos de outras pessoas, a música, o bater de uma porta são sons que deixamos de captar quando temos perda auditiva mais importante e, qualquer pessoa, independente da idade, ao perder a audição, tem um cérebro agora funcionando com essa privação, o que pode desenvolver ou agravar algum tipo de demência futura”, alertou o médico. O especialista orienta que as pessoas façam audiometria a partir de 50 anos, principalmente dependendo do histórico familiar.

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