Mais da metade dos estabelecimentos que compõem o setor de turismo foi fechada na Bahia em menos de dois anos, aponta um novo levantamento realizado pela Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação (FeBHA), com base no cadastro da Junta Comercial. Conforme o balanço, existiam 58.872 empresas da cadeia turística em atividade no estado até maio de 2015. Em janeiro de 2017, elas somavam apenas 24.645, queda de 58%.
Entre os segmentos com maior variação negativa, estão bares (-76%), lanchonetes e casas de chá (-62%), operadoras de turismo (-60%), restaurantes e similares (-37%) e agências de viagem (-35%). No mesmo período, foram fechados na capital e interior 401 hotéis e pousadas, 20 motéis e 10 apart-hotéis. O mau desempenho reflete o auge da maior crise enfrentada pelo setor desde o início dos anos 1990.
O percentual de redução no número de estabelecimentos turísticos fechados em Salvador ficou ligeiramente acima da média registrada em toda a Bahia. Desde maio de 2015, cerca de 11 mil empresas fecharam as portas na capital. A quantidade de bares cadastrados na Junta Comercial caiu de 2.700 para 959 no último mês. Os restaurantes, que somavam 5.248 na cidade, agora são 3.367. O levantamento da FeBHA aponta também o fechamento de 61 hotéis em Salvador, além de mais de 2,2 mil lanchonetes e similares.
A retração na indústria de turismo da Bahia afetou de maneira mais profunda os chamados serviços ambulantes de alimentação, categoria composta por microempreendedores individuais. Em todo o estado, eles eram 10.606 no primeiro semestre de 2015. Atualmente, há somente 117 com cadastro ativo na Junta Comercial, cerca de 1% do universo contabilizado no levantamento anterior. Em Salvador, o contingente de ambulantes que integram a cadeia turística despencou de 4.567 para 40 – menos de 1% do que representavam 20 meses atrás.
Da coluna Satélite, publicada no Correio 24 Horas.
