Bolsonaro não passará cargo ao vice-presidente Hamilton Mourão antes de cirurgia

O candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, posa para foto ao lado do general Mourão durante sua posse na presidência do Clube Militar, no centro do Rio de Janeiro, em junho de 2018 (Foto: Fábio Motta/Estadão Conteúdo
O candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, posa para foto ao lado do general Mourão durante sua posse na presidência do Clube Militar, no centro do Rio de Janeiro, em junho de 2018 (Foto: Fábio Motta/Estadão Conteúdo

O presidente Jair Bolsonaro já avisou ao vice-presidente Hamilton Mourão que não pretende se licenciar da Presidência e passar o cargo a ele durante o período em que estiver anestesiado para a cirurgia marcada para o próximo domingo (8). Bolsonaro será operado pela 4º vez após facada no abdômen durante campanha à Presidência, em setembro do ano passado.

O protocolo, inicialmente, previa que o presidente-paciente, deveria se licenciar do cargo no período da anestesia. Hamilton Mourão assumiria a Presidência da República de domingo (8) até quarta-feira (11).

Na cirurgia a que foi submetido no fim de janeiro, para a retirada da bolsa de colostomia, Bolsonaro se licenciou do cargo por 48 horas. Porém, em outra cirurgia, de emergência quando se configurou o quadro de emergência por conta de uma aderência na região da cirurgia, Bolsonaro já não transmitiu o cargo ao vice. É o que acontecerá agora.

Já no início do governo, o presidente Bolsonaro, e particularmente seus filhos, não gostaram da desenvoltura do vice Hamilton Mourão. Ele concedeu seguidas entrevistas, a ponto de o presidente Bolsonaro recomendar ao vice mais cautela, e fazer declaração pública neste sentido.

O caso de transmissão do cargo ao vice que causou maior repercussão foi há muito tempo, quando o então presidente João Figueiredo se afastou do cargo por mais de 30 dias para ser submetido a cirurgia no coração. Na época, assumiu o vice-presidente Aureliano Chaves que adotou agenda intensa de viagens pelo país e muitas audiências a políticos, contrastando com o estilo sisudo de Figueiredo.

A equipe de Figueiredo não gostou do desempenho do vice, especialmente quando ele resolveu enquadrar ministros, como o da Fazenda, Delfim Neto. Numa viagem para verificar os danos de enchentes na região Sul, Aureliano foi a Santa Catarina e exigiu a presença de ministros na viagem. Foi quando a chuva em Florianópolis caía forte e, mesmo contrariando a opinião do comandante do avião, Aureliano determinou que o avião pousasse naquela cidade. Foi uma grande polêmica à época, já que colocou em risco toda a comitiva presidencial.

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