Cientistas desenvolvem vacina contra zika eficaz em animais

Estudo em Harvard testou dois tipos de vacina em camundongos (Foto: Reprodução/Deutsche Welle)
Estudo em Harvard testou dois tipos de vacina em camundongos (Foto: Reprodução/Deutsche Welle)
Estudo em Harvard testou dois tipos de vacina em camundongos (Foto: Reprodução/Deutsche Welle)
Estudo em Harvard testou dois tipos de vacina em camundongos (Foto: Reprodução/Deutsche Welle)

Cientistas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, elaboraram duas vacinas experimentais contra o vírus zika que se mostraram completamente eficazes em animais. Os resultados da pesquisa foram divulgados nesta terça-feira (28/06) na revista científica Nature.

Os testes foram realizados em camundongos, que foram submetidos a dois tipos de vacina – uma baseada em DNA e outra elaborada a partir de uma forma inativa do vírus. De um a dois meses depois de receberem uma única dose, esses roedores foram expostos ao zika, mas não contraíram o vírus.

“O nível de proteção foi chocante. Todos os animais do grupo de controle mostraram altos níveis de replicação do vírus após serem inoculados. Enquanto isso, nos animais que tinham sido vacinados, o vírus não foi detectado”, afirma Dan Barouch, autor principal do estudo.

Em fevereiro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência sanitária mundial por conta da crise de microcefalia, doença possivelmente relacionada ao zika. Por conta disso, o desenvolvimento de uma vacina contra o vírus tornou-se prioridade para a comunidade médica global.

É amplamente aceito entre os cientistas que a infecção do vírus pode provocar diversos problemas neurológicos em seres humanos, como a microcefalia em recém-nascidos e a síndrome de Guillain-Barré, uma disfunção que pode causar paralisia nos órgãos.

“Devemos ser cautelosos ao extrapolar esses resultados em camundongos para os humanos”, alerta Barouch. O pesquisador afirma, porém, que o descobrimento de duas vacinas efetivas em animais “eleva o otimismo sobre a elaboração de uma vacina segura e ativa contra o zika”.

Segundo a OMS, pelo menos 15 empresas e grupos acadêmicos estão buscando desenvolver uma vacina contra o zika. Na semana passada, a fabricante americana Inovio Pharmaceuticals recebeu aprovação da Food and Drugs Administration (FDA), agência que regula alimentos e medicamentos nos Estados Unidos, para começar testes de sua vacina em seres humanos.

Também na semana passada, o Instituto Butantan, em São Paulo, fechou uma parceria com os EUA e com a OMS, devendo receber 3 milhões de dólares para o desenvolvimento de uma vacina.

Imunização após primeiro contágio

Em paralelo, a revista Nature Communications divulgou nesta terça-feira um estudo da Universidade de Wisconsin-Madison, também nos EUA, que demonstra, a partir de experimentos em primatas, que a primeira infecção do vírus zika causa imunização contra futuros contágios.

Os pesquisadores provaram pela primeira vez que os macacos Rhesus, utilizados habitualmente como cobaias em estudos científicos, são suscetíveis à infecção do zika, por isso poderão servir como modelo animal para estudar a evolução e as características da doença.

“Essa é uma boa notícia para o desenvolvimento de vacinas”, diz David O’Connor, autor principal do estudo, em comunicado. “A descoberta sugere que o tipo de imunização produzida de forma natural é suficiente. Podemos imitar essa reação com uma vacina e provavelmente teremos sucesso.”

*Deutsche Welle

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