Concurso vai eleger a Miss Bariátrica 2017, no próximo dia 1º de setembro, em Salvador

A Miss Bariátrica 2016, Taisa Fátima Ayres.

Elas ganharam uma nova vida após superarem a obesidade. Com a saúde, forma física e autoestima resgatadas, trinta mulheres, que emagreceram após a cirurgia de redução do estômago, vão disputar o concurso Miss Bariátrica 2017, no próximo dia 1º de setembro, às 20 horas na Casa Salvatore, em Salvador. Promovido pelo Núcleo de Tratamento e Cirurgia da Obesidade (NTCO), a quinta edição do concurso terá como tema “Mulheres que fizeram a diferença”, uma homenagem à mulheres que marcaram a história. As candidatas vão desfilar com fantasias que lembram essas mulheres inspiradoras, que quebraram as regras e são referência para o universo feminino.

O evento tem caráter beneficente e os convidados devem contribuir com três quilos de alimentos não perecíveis, que serão trocados pelos ingressos na sede do NTCO até o dia 31 de agosto. Todos os alimentos arrecadados serão doados para instituições filantrópicas.

A proposta do Miss Bariátrica é promover um estilo de vida saudável, estimular a autoconfiança e a autoestima, desmitificar tabus sobre a cirurgia bariátrica e reconhecer o esforço de mulheres que conseguiram vencer a obesidade. Todas as participantes são mulheres que se submeteram a uma cirurgia bariátrica para tratamento de obesidade mórbida e doenças associadas ao excesso de peso. O júri vai escolher a mais bela candidata, mas todas já são consideradas vencedoras. “Superar uma doença como a obesidade e resgatar a saúde, a qualidade de vida e a autoestima já representam uma vitória,” afirma o cirurgião bariátrico Erivaldo Alves, diretor do NTCO e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM).

A Miss Bariátrica 2016, Taisa Fátima Ayres.

Obesidade atinge quase vinte por cento dos soteropolitanos – Em Salvador, a obesidade atinge 19,9% da população e supera a média nacional, que é de 18,9%, de acordo com a última Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizada pelo Ministério da Saúde em todas as capitais do país.

A obesidade atinge quase um em cada cinco brasileiros e mais da metade da população do país está com sobrepeso. “Isso contribui para o surgimento de várias doenças que comprometem a saúde e a qualidade de vida, causam um impacto importante na saúde pública e podem levar à morte”, esclarece o médico Erivaldo Alves.

Entre as doenças e complicações associadas à obesidade, estão hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, artropatias (doenças das articulações), diabetes mellitus tipo 2, problemas de circulação, refluxo gastroesofágico, apneia so sono (parada respiratória involuntária durante o sono), colesterol alto, esteatose hepática (gordura no fígado), vários tipos de câncer, disfunções respiratórias, distúrbios hormonais, depressão e outros transtornos psicológicos.

“Uma alimentação saudável e balanceada e a pratica regular de atividade física são essenciais para prevenção do sobrepeso e da obesidade, assim como das inúmeras doenças associadas ao excesso de peso” alerta o cirurgião.

Considerada uma doença crônica, multifatorial, progressiva e que pode causar a morte precoce, a obesidade resulta de um desequilíbrio entre a quantidade de calorias ingeridas e a quantidade gasta, causando acúmulo de gordura. A doença é reconhecida, hoje, como importante problema de saúde pública. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, trata-se de uma epidemia global, decorrente de hábitos alimentares, sedentarismo e fatores genéticos. Uma pessoa com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 30 é considerada obesa. O IMC é calculado dividindo-se o peso da pessoa em quilos por sua altura ao quadrado.

Brasil ocupa segundo lugar no ranking da cirurgia bariátrica – O tratamento cirúrgico é recomendado em casos específicos, quando o grau de obesidade ou de doenças associadas com risco de morbidade torna a cirurgia uma alternativa mais eficaz e resoluta.

O Brasil ocupa o segundo lugar no mundo no ranking da cirurgia bariátrica, atrás apenas dos Estados Unidos. Somente em 2015, 93,5 mil cirurgias de redução de estômago foram feitas em todo o país, o que representa um aumento de 6,25% em relação ao ano de 2014, quando 88 mil pessoas realizaram o procedimento.

Além de tratar a obesidade, a cirurgia também apresenta um alto índice de resolução de doenças associadas ao excesso de peso, como diabetes, hipertensão e esteatose hepática. Apesar de ser bastante segura, a cirurgia bariátrica apresenta riscos como qualquer procedimento cirúrgico. “Cada caso precisa ser avaliado cuidadosamente. A análise do paciente envolve vários exames clínicos e laboratoriais. É importante que o paciente esteja bem informado sobre o procedimento, o pré e o pós-operatório e os hábitos que terá que adotar após a cirurgia”, esclarece o cirurgião Erivaldo Alves. “A indicação cirúrgica pode ser feita dos 18 aos 65 anos”, explica.

A cirurgia deve ser realizada em centros especializados e o paciente precisa ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar.

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