Confira as atrações do Vila Verão 2016

Um dos grandes sucessos do Bando de Teatro Olodum, com versões no cinema e televisão, Ó paí, ó! Volta aos palcos do Vila.  Foto: João Meirelles
Um dos grandes sucessos do Bando de Teatro Olodum, com versões no cinema e televisão, Ó paí, ó! Volta aos palcos do Vila. Foto: João Meirelles
Um dos grandes sucessos do Bando de Teatro Olodum, com versões no cinema e televisão, Ó paí, ó! Volta aos palcos do Vila.  Foto: João Meirelles
Um dos grandes sucessos do Bando de Teatro Olodum, com versões no cinema e televisão, Ó paí, ó! Volta aos palcos do Vila. Foto: João Meirelles

O Teatro Vila Velha abre o ano de 2016 com a 13ª edição do Amostrão Vila Verão, projeto que tradicionalmente movimenta a cena teatral soteropolitana durante os meses de janeiro e fevereiro. Serão apresentados, pela primeira vez, os espetáculos “7 contra Tebas”, tragédia de Ésquilo, e “Através do Espelho e o que Alice por lá Encontrou”, versão teatral para o romance de Lewis Caroll, realizados no âmbito da Universidade LIVRE de Teatro Vila Velha, sob direção do encenador Marcio Meirelles, além da reestreia de “Ó Paí, Ó!”, um dos maiores sucessos do Bando de Teatro Olodum. Todas as peças são acessíveis para cegos através de audiodescrição. O Amostrão conta ainda com programação musical às terças-feiras e mais de vinte atividades formativas dentro do projeto Oficinas Vila Verão.

O objetivo do Amostrão é diversificar a agenda cultural da cidade em um momento em que predominam festas e shows pré-carnavalescos, oferecendo ao público soteropolitano, e aos turistas que estão em Salvador, a possibilidade escolher ir ao teatro. A aposta tem dado certo – no último Amostrão, em 2015, as peças “Hamlet” e “Macbeth”, de William Shakespeare, alcançaram no verão um público de 3 mil pessoas, número que superou a edição de 2014. Em 2016 as expectativas são positivas. “Já enfrentamos muitas crises e acreditamos que, para a crise, existe o teatro, que faz com que as pessoas se unam, pensem juntas sobre um mesmo tema, riam, chorem, discutam sobre o que está posto”, diz Marcio Meirelles, diretor artístico do Teatro Vila Velha.

Além dos espetáculos teatrais, o Amostrão Vila Verão traz programação musical às terças-feiras. No dia 12 de janeiro, às 20h, acontece o LARGO, encontro de música expandida realizado pelos artistas Lia Cunha, Pedro Filho, João Milet Meirelles e Uru Pereira, que recebem como convidado desta edição o coreógrafo Leonardo França. Já no dia 19, às 20h, o palco do Vila recebe a lendária cantora Ângela Maria, que realiza em Salvador o show de lançamento da biografia “Ângela Maria – A eterna cantora do Brasil” (Ed. Record, 2015), onde participará de sessão de autógrafos e de um talk-show com o jornalista, biógrafo e produtor musical Rodrigo Faour, autor da obra.

O Amostrão Vila Verão conta ainda com mais de vinte atividades formativas dentro do projeto Oficinas Vila Verão. Entre os dias 9 e 31 de janeiro, oficinas de teatro, dança, música, audiovisual, circo, jardinagem, encadernação, entre outras, serão oferecidas ao público – as inscrições podem ser feitas no Teatro Vila Velha ou pelo site Compre Ingressos/ Oficinas Vila Verão 2016.

Antigo e Contemporâneo

Uma cidade sitiada, sob ameaças de invasão, e um governante que tenta a todo custo manter a ordem e a segurança da população. Esse é o mote da tragédia grega “7 Contra Tebas”, escrita por Ésquilo e encenada em 467 a.C. A trama, criada há mais de 2.500 anos, pouco se distancia de fatos e sentimentos recentes do cenário político nacional e mundial. Na peça, os herdeiros de Édipo, rei de Tebas, lutam pelo poder e provocam o desespero das virgens suplicantes, que cantam a voz da cidade. Em cena, estão os atores da primeira turma da Universidade LIVRE de Teatro Vila Velha, que encerra com este espetáculo a sua formação, depois de três anos de trabalho e mais de 15 produções teatrais.

“Através do Espelho e o que Alice por lá Encontrou”, clássico de Lewis Carroll escrito na sequência de “Aventuras de Alice no País das Maravilhas”, narra as histórias da personagem que, movida pela curiosidade, decide atravessar o espelho da sala de sua casa e se depara com seres e acontecimentos inesperados. A encenação destaca as descobertas que surgem quando Alice confronta-se com o seu crescimento e a sua sexualidade. A montagem assume estética rock’n’roll, presente na trilha e efeitos sonoros, e encerra o primeiro ano de atividades da segunda turma da Universidade LIVRE – que já experimentou o palco nas peças do Projeto Matéi, em julho e agosto.

O clássico “Ó Paí, Ó!”, um dos grandes sucessos do Bando de Teatro Olodum, foi montado pela primeira vez em 1992, mas permanece atual pela síntese que faz do modo de ser e sobreviver dos moradores e frequentadores do Pelourinho. Com versões no cinema e televisão, o espetáculo é pedido constante pelo público soteropolitano, e retorna para curta temporada durante os domingos do mês de janeiro, dentro do Amostrão Vila Verão.

Acessibilidade

Todos os espetáculos do Amostrão Vila Verão serão acessíveis para pessoas com deficiência visual através de audiodescrição. O recurso de acessibilidade foi incorporado em maio de 2015 pela Universidade LIVRE, programa de formação do Teatro Vila Velha, depois de uma provocação feita em 2014 pelo Projeto Teatro para Sentir, realizado pelo Coletivo Diveersa. Desde então, graças a parceria com a ACESSU: Assessoria, Consultoria e Treinamento em Acessibilidade Universal, o Vila tem oferecido o recurso de audiodescrição em todas as produções teatrais próprias, através da capacitação dos próprios integrantes da Universidade LIVRE.

O Teatro Vila Velha é gerido pela Sol Movimento da Cena e conta com o patrocínio da Petrobras e com o apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através do Fundo de Cultura.

 

SERVIÇO:

7 Contra Tebas

8, 9, 15, 16, 22 e 23 de janeiro

19, 20, 26 e 27 de fevereiro

sextas e sábados, 20h

R$ 30 (inteira) e 15 (meia)

classificação indicativa: 12 anos

sessões com audiodescrição

 

Através do Espelho e o que Alice por lá Encontrou

13, 14, 20 e 21 de janeiro

17, 18, 24 e 25 de fevereiro

quartas e quintas, 20h

R$ 30 (inteira) e 15 (meia)

classificação indicativa: 16 anos

sessões com audiodescrição

 

Ó Paí, Ó!

10, 17 e 24 de janeiro

domingos, 19h

R$ 30 (inteira) e 15 (meia)

classificação indicativa: Livre

sessões com audiodescrição

 

LARGO

Encontro de Música Expandida

12 de janeiro, terça, 20h

R$ 10 (inteira) e 5 (meia)

classificação indicativa: Livre

 

Ângela Maria

Show de lançamento da biografia escrita por Rodrigo Faour

19 de janeiro, terça, 20h

R$ 100 (inteira) e 50 (meia)

classificação indicativa: Livre

 

SINOPSES:

7 CONTRA TEBAS

A tragédia de Ésquilo encenada em 467 a.C. chega aos palcos baianos pelas mãos do encenador Marcio Meirelles e marca a conclusão da primeira turma da Universidade LIVRE de Teatro Vila Velha, após três anos de trabalho. A obra mostra uma cidade sitiada, sob ameaças de invasão, e um governante que tenta manter a ordem e a segurança da população. Depois da morte de Édipo, rei de Tebas, seus filhos Etéocles e Polinices concordam em se alternar no trono da cidade, porém Etéocles se recusa a ceder o lugar para o irmão, que declara guerra para conquistar a coroa. Polinices, acompanhado de seis guerreiros e seus exércitos, tenta invadir a cidade pelos seus setes portais. Na peça, Etéocles, interpretado por Vinicius Bustani, contracena com um coro de virgens suplicantes que cantam a voz da cidade de Tebas, com a participação da atriz Sonia Leite. Assinada por Pedro Filho, a trilha sonora é baseada nos modos gregos de composição com ritmos afro-brasileiros, criando analogias entre os deuses gregos e os orixás. A coreografia é de Cristina Castro e Jônatas Raine. A tradução do texto é assinada por Marcus Mota. Classificação indicativa: 12 anos.

ATRAVÉS DO ESPELHO E O QUE ALICE POR LÁ ENCONTROU

O clássico de Lewis Carroll, escrito na sequência de Aventuras de Alice no País das Maravilhas, ganha versão teatral nos palcos baianos sob direção do encenador Marcio Meirelles. O elenco jovem, formado por integrantes da universidade LIVRE de teatro vila velha que encerram o primeiro ano de formação, dá vida às aventuras e descobertas da personagem Alice, que, movida pela curiosidade, decide atravessar o espelho da sala de sua casa. Do outro lado, Alice encontra um mundo com seres e acontecimentos inesperados. A encenação destaca as descobertas que surgem quando a protagonista confronta-se com o seu crescimento e a sua sexualidade. A montagem explora os elementos oníricos da obra, mas assume contornos contemporâneos através de estética rock’n’roll, presente na trilha sonora assinada por Pedro Filho e também nos figurinos e maquiagem. A coreografia é assinada por Joanatas Raine. Classificação indicativa: 16 anos.

Ó PAÍ, Ó!

Um dos grandes sucessos do Bando de Teatro Olodum, com versões no cinema e televisão, o espetáculo dirigido por Marcio Meirelles volta aos palcos do Vila. Montada pela primeira vez em 1992, a peça permanece sempre atual pela síntese que faz do modo de ser e sobreviver dos moradores e frequentadores do Pelourinho. No palco, os personagens vivem um dia especial, a tradicional Terça da Benção, quando a movimentação na área é ampliada e também as alegrias e sofrimentos dos moradores de uma região estigmatizada e abandonada pelas autoridades. A realidade do Pelourinho Antigo é apresentada através desses moradores, que dividem o ambiente de um pequeno cortiço, tendo que enfrentar a intolerância de Dona Joana, a religiosa proprietária. São músicos, artistas plásticos, prostitutas, travestis, baianas de acarajé, proprietários de pequenos bares, associações comunitárias, blocos afros, enfim, personagens reais que, pouco a pouco, foram expulsos do local para dar espaço a um fictício shopping a céu aberto. As músicas originais e a direção musical são de Jarbas Bittencourt; a coreografia é de Zebrinha; a Iluminação de Rivaldo Rio; o espaço cênico e o figurino de Marcio Meirelles. Classificação indicativa: Livre.

LARGO (ARMENGUE)

Largo é uma plataforma de encontros em música expandida e outras maneiras de produzir discursos e sensações. Programação com 12 encontros organizados por João Milet Meirelles, Lia Cunha, Pedro Filho Amorim e Uru Pereira. Cada edição traz diferentes artistas, processos e projetos para investigar as fronteiras da criação musical e explodir o discurso sonoro. Em seu segundo encontro, que acontece dia 12 de janeiro de 2016 às 20 horas, no Cabaré dos Novos do Teatro Vila Velha, Largo propõe uma investigação dos corpos em uma colaboração de Leonardo França com o Beto Junior para expandir as relações entre dança e música, composição e coreografia. Corpos-som, objeto, humano, plateia, luz etc interagem como canção e ruído. LARGO Armengue transita entre canções e experimentalismos sonoros, tendo como ponto de partida os “Armengues” (partituras-objeto) suas características e possibilidades de movimento como sugestões para timbres, organizações melódicas e rítmicas. Um encontro improvisado que propõe soluções populares e insólitas entre corpo-som-dança-música.

ÂNGELA MARIA: SHOW DE LANÇAMENTO DA BIOGRAFIA

A lendária cantora Ângela Maria vem a Salvador no mês de janeiro para o show de lançamento da biografia Ângela Maria – A eterna cantora do Brasil (Ed. Record, 2015), no Teatro Vila Velha, onde participará de sessão de autógrafos e de um talk-show com o jornalista, biógrafo e produtor musical Rodrigo Faour, autor da obra. No livro, os bastidores e a repercussão de seus grandes sucessos: “A lua é dos namorados”, “Abandono”, “Babalu”, “Cinderela”, “Escuta”, “Gente humilde”, “Mamãe”, “Moça bonita”, “Não tenho você”, “Orgulho”, “Sabes mentir”, “Tango pra Teresa”, “Vida de bailarina”… Entre uma e outra desilusão abolerada, vamos ao Brasil da segunda metade do século 20. Lá estão as boas famílias e sua moral impoluta. Cronistas intelectuais incomodados com o fascínio que a “Rainha da Cafonalha” exercia sobre as domésticas e os “excêntricos”. E seu sucesso inabalável em tempos de iê-iê-iê, bossa nova, tropicália, discoteca e o que mais entrasse na moda no Brasil. Rodrigo Faour é jornalista, produtor e historiador de música brasileira. É autor das biografias de Dolores Duran, Cauby Peixoto e Claudette Soares, de um livro sobre a Revista do Rádio e do best-seller História sexual da MPB, também pela Record, que originou um programa de TV no Canal Brasil, um de rádio na MPB FM carioca e até uma premiação. Produziu coletâneas e reedições de álbuns importantes que já somam cerca de 550 títulos, incluindo as caixas de Elis Regina, Maria Bethânia, Ney Matogrosso, Caetano Veloso, Bezerra da Silva, Os Mutantes, Simone, Inezita Barroso, Nara Leão e Nana Caymmi.

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