Coroada Rainha do Ilê 2019

Daniele Nobre se consagrou Deusa do Ébano após oito tentativas.   (Foto: Reprodução / Max Haack)
Daniele Nobre se consagrou Deusa do Ébano após oito tentativas. (Foto: Reprodução / Max Haack)
Daniele Nobre se consagrou Deusa do Ébano após oito tentativas. (Foto: Reprodução / Max Haack)

Aos 30 anos, idade limite para participar do concurso, Daniele Nobre se consagrou Deusa do Ébano após oito tentativas. Formada em Secretariado Executivo, elá já havia conquistado o segundo e terceiro lugar em edições anteriores, mas nunca desistiu até realizar o sonho de se tornar a grande campeã da Noite da Beleza Negra. Para ela, a realização desse sonho foi pela “persistência” e por “nunca pensar em desistir”. Daniele, muito emocionada, recebeu o manto das mãos da rainha do Ilê de 2018, Jéssica Nascimento. Sua família na platéia também estava eufórica. Em uma mistura de choros e gritos, agradeciam pela vitória.

Disputando o posto com mais 14 candidatas, Daniele foi uma das mais aplaudidas pelo público. Ela desfila no bloco desde 2008, ano em que já concorreu a Deusa do Ébano, sendo levada pela irmã mais velha. “Eu espero estar representando e incentivando mulheres negras como eu a nunca desistirem”, conta sobre o que pretende fazer como Deusa do Ébano.

Além de Daniele, também foram coroadas as duas princesas do Ilê. A professora de dança Nana Sarah ficou com o segundo lugar. Ela participou pela primeira primeira vez do concurso, assim como a dançarina Gleyciellen Oliveira, que ficou em terceiro lugar.

Além do concurso, a noite foi marcada por protestos e homenagens. Em alguns momentos os anfitriões da noite citaram o nome da vereadora Marielle Franco, executada no ano passado. Ela também foi homenageada pela candidata ao posto de Deusa do Ébano Lumena Aleluia, que segurou uma faixa com o rosto da vereadora.

As homenagens começaram pelo ator Fábio Santana, com a apresentação Tecno Exú, para saudar o Orixá, que também contou com a participação da cantora paulista Bia Ferreira cantando a música Cota não é Esmola. Em seguida, Deusas do Ébano de anos anteriores subiram ao palco ao som da Band’Aiyê, mostrando que quem é rainha do Ilê Ayê jamais perde a majestade. A primeira Rainha do Ilê, Mirinha, coroada em 1979, também foi homenageada.

Gilberto Gil, que não participava da Noite da Beleza Negra desde o centenário da abolição da escravatura, em 1988, esteve presente, e ainda cantou sucessos como Toda Menina Baiana e Upa, neguinho. Quem esteve também por lá foi Caetano Veloso, que fez o público soltar a voz com o clássico Depois que o Ilê passar, além de outras canções. O cantor também se apresentou ao lado Daniela Mercury. Os dois cantaram Proibido Carnaval, nova música da cantora que foi responsável por fechar a noite, animando o público até às três horas da manhã de domingo.

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