Funcionários dos Correios ameaçam entrar em greve

Foto: Divulgação
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Após quase cinco meses uma paralisação que durou entre três e quatro dias na maior parte do Brasil, os funcionários dos Correios podem entrar em greve novamente, em todo o país, a partir das 22h desta terça-feira. Nas reuniões realizadas entre patrões e empregados até então, o consenso ainda parece uma coisa distante.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos no Estado da Bahia (Sincotelba), Josué Canto, entre as principais reivindicações – a Fentect, federação que representa os trabalhadores da categoria, é quem está a frente das negociações – estão um reajuste de 8%, mais um aumento linear de R$ 300, para reposição de perdas salariais. Além disso, eles pedem acréscimos no ticket-alimentação, na cesta básica e retorno da gestão do plano de saúde para a empresa. Atualmente, quem gere esta parte é a empresa Postal Saúde.

Contudo, segundo os trabalhadores, o único aceno dado pelos Correios é um reajuste de 2,21% em cima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Só que, de acordo com projeções da própria empresa, a taxa deve chegar a 3,68%. Ou seja, a proposta sinalizada chega a 60% do valor total do índice.

Não bastassem as queixas quanto ao empenho dos patrões em negociar, a categoria ainda afirma que a empresa ainda estaria, através de um Acordo Coletivo de Trabalho, retirando alguns benefícios como redução do valor pago no repouso remunerado em 50%, exclusão do vale-cultura, redução de seis para três dias de acompanhamento de dependentes em consultas médicas, entre outros.

A última esperança para que a greve não seja de fato deflagrada está em uma reunião que acontece hoje, em Brasília, na qual devem participar sindicatos e federações, representantes dos Correios, além do Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (Mctic), Gilberto Kassab – os Correios são subordinados ao Ministério –, para tentar elaborar uma proposta que agrade as partes.

Mas, essa nova oferta não significa que a greve será suspensa de imediato. “Ela será avaliada nas diversas assembleias por todo o Brasil e, partir daí, a categoria define se vai entrar em greve ou não”, ressaltou Canto. Em Salvador, o encontro está previsto para ocorrer a partir das 18h desta terça-feira, na sede do Sindicato dos Eletricitários da Bahia (Sinergia-BA), no bairro das Sete Portas.

Em caso de paralisação, pouco mais de cinco mil funcionários, aqui no estado da Bahia, devem cruzar os braços. Aliás, o número de trabalhadores é considerado baixo pelo Sincotelba. “Nós já tivemos aqui mais de sete mil funcionários ativos e já pedimos a contratação de pessoal, o que não ocorre desde 2011, pois estamos com sobrecarga de trabalho. Isso tem deixado os serviços precarizados”, afirmou o presidente. (Tribuna da Bahia)

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