O Grupo Gay da Bahia compartilhou ontem (8), através de suas redes sociais, uma denúncia de homofobia contra a Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (Hemoba). De acordo com o grupo, um homem gay teria sido impedido de doar sangue na unidade de Senhor do Bonfim – Região Norte Baiana.
Na publicação, o homem, que não se identificou, conta a Fundação Hemoba que não conseguiu fazer a doação mesmo após apresentar exames feitos há oito dias.
“Mesmo com todos meus exames de DSTs [doenças sexualmente transmissíveis] atualizados, não aceitaram”, escreveu.
De acordo com a Hemoba, os critérios seguidos na triagem médica são os mesmos para todos os voluntários, independentemente da identidade de gênero e orientação sexual.
Após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em junho de 2020, a pergunta sobre “relação sexual de homem com outro homem nos últimos 12 meses” foi excluída do questionário de triagem clínica para a doação de sangue.
Ainda segundo o órgão, a triagem médica é sigilosa e, por isso, o motivo de inaptidão do homem não pode ser revelado.
Confira a íntegra da nota enviada pela Hemoba:
“A Fundação Hemoba segue rigorosamente a legislação da Coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde que, desde 08 de Junho de 2020, assegura a doação de sangue de homossexuais.
Após decisão do STF sobre a ação Direta de Inconstitucionalidade, ADI n° 5543, e publicação em 12 de junho de 2020 de nota da Coordenação de Sangue do Ministério da Saúde, foi excluída do questionário de triagem clínica para a doação de sangue a pergunta sobre relação sexual de homem com outro homem nos últimos 12 meses, sendo mantida a inaptidão temporária para quem tiver mais de dois parceiros diferentes nos últimos doze meses, não estando com o mesmo parceiro há, no mínimo, seis meses.