O projeto ‘Julho das Pretas’ teve como tema de debate nesta quarta-feira (15) a Irmandade da Boa Morte. O encontro, que aconteceu no Centro de Referência de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa Nelson Mandela, em Salvador, destacou a atividade da irmandade secular, “que é prova da resistência da mulher negra, desde o período escravagista, quando levantou um movimento abolicionista, até a atualidade, na luta contra a discriminação racial e à intolerância religiosa”.
O objetivo inicial da confraria foi “dar liberdade aos seus”, como explicou a pesquisadora Rosy Mary Santos, e dignificar o momento de sua morte. “Tem aquela expressão ‘nascer, viver e morrer’, mas os negros não tinham dignidade assegurada em nenhum momento. Daí a intenção das irmãs em dar, pelo menos, um bom sepultamento, uma boa morte”.
Representando a confraria, a irmã Edite Marques salientou o perfil daquelas que integram o grupo. “São mulheres negras, de preferência a partir dos 45 anos, que estejam bem com a sociedade, família e religião, ou seja, já sabem o que querem da vida”. Uma das confrarias mais antigas do país, a Irmandade da Boa Morte é conhecida mundialmente.
O ‘Julho das Pretas’ é uma agenda comum de intervenção do movimento de mulheres negras da Bahia que objetiva dar visibilidade às lutas e avanços das mulheres negras.
*Com informações da assessoria