A maior parte do dinheiro será destinada ao envio de aviões Canadair de combate a incêndios; G7 também vai dar auxílio para reflorestamento, mas governo brasileiro precisa aceitar trabalhar com ONGs e populações locais.
Os líderes do G7 vão providenciar 20 milhões de euros (cerca de R$ 91 milhões) de ajuda emergencial para combater os incêndios na Amazônia, de acordo com o presidente da França, Emmanuel Macron, de acordo com a agência Reuters.
A maior parte do dinheiro será destinada ao envio de aviões Canadair de combate a incêndios, anunciou a presidência francesa, segundo a agência France Press.
Além desta frota aérea, o G7 concordou com uma assistência de médio prazo para o reflorestamento, a ser apresentado na Assembleia Geral da ONU no final de setembro, para o qual o Brasil terá que concordar em trabalhar com ONGs e populações locais, disse o Palácio do Eliseu (governo francês).
As queimadas na floresta amazônica já haviam sido citadas pelos líderes reunidos em Biarritz, na França, no domingo (25). A cúpula de sete grandes economias mundiais termina nesta segunda-feira (26).
No começo desta segunda (26), o presidente Macron já havia dado indicações de que haveria um anúncio ao dizer que o grupo estava próximo de um acordo sobre como ajudar o Brasil e outros países a combater as queimadas, de acordo com o jornal “The New York Times”.
Mais tarde, uma pessoa próxima ao líder francês disse à agência Reuters que os países que têm florestas amazônicas precisam de financiamento, porque não têm fundos para pagar por aviões de combate a queimadas.
Bolsonaro questiona a intenção da França
O presidente Jair Bolsonaro questionou o interesse do presidente da França em auxiliar as ações de combate às queimadas na região amazônica nesta segunda (26).
Bolsonaro fez a indagação durante uma fala na saída do Palácio da Alvorada, na qual não respondeu a perguntas dos jornalistas.
Trump ausente
O presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, não participou das discussões sobre mudança climática e biodiversidade que aconteceram durante o encontro da cúpula do G7 nesta segunda (26).
Segundo Macron, o norte-americano estava em encontros bilaterais. Trump, no entanto, apoia os esforços para responder às queimadas na Amazônia, disse o francês.
“Ele não estava na sala, mas o time dele, sim. Não se deve interpretar a ausência do presidente americano… Os EUA estão ao nosso lado nos temas de biodiversidade e na iniciativa da Amazônia”, afirmou o presidente da França.
Esforços de Macron
No entanto, no sábado (24), Reino Unido, Alemanha e Espanha fizeram críticas a Macron e defenderam o acordo UE-Mercosul.
O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, disse nesta segunda (26) que o tratado comercial permite ao bloco europeu exercer pressão sobre o Brasil para tomar mais ações contra os incêndios na Amazônia. “O acordo com o Mercosul nos dá possibilidades e maneiras de exercer pressão para influenciar as coisas (no Brasil)”, afirmou Maas.
Número de queimadas é o maior desde 2010
A agência espacial americana (Nasa) disse que 2019 é o pior ano de queimadas na Amazônia brasileira desde 2010.
Fonte: G1