O comitê de emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS), responsável por avaliar os riscos decorrentes da propagação da Síndrome Respiratória do Médio Oriente (Mers), decidiu que, por enquanto, a síndrome não constitui razão para alarme mundial. Os especialistas conversaram na terça-feira (15), pela nonagésima vez desde que o surto começou, em 2012, e suas conclusões foram divulgadas nesta quarta-feira (17) pela OMS.
O fato mais relevante é que os peritos entenderem que, por enquanto, não há necessidade de se declarar emergência sanitária mundial, porque não há sequer a comprovação de haver transmissão sustentada do vírus na comunidade internacional. A declaração de emergência significaria assumir que o vírus Mers (da sigla em inglês) se transmite como uma gripe, que existe contágio por via aérea ou que qualquer pessoa em contacto com um portador do vírus pode ficar infectada.
O exemplo mais claro é o surto na Coreia do Sul onde, apesar do grande número de casos, a OMS entende que pode ser controlado, pois todos os casos se relacionam ao paciente contagiado no Médio Oriente, portanto a única fonte de transmissão. Na manhã desta quinta, o governo coreano anunciou que o número de mortos desde a chegada do vírus ao país, em maio, chega a 20 e o número total de casos subiu para 162. Dos infectados, 90% manifestavam problemas de saúde cíticos anteriores, informou o Ministério de Saúde.
O comitê deixou claro, no entanto, que a transmissão se propagou na Coreia, de paciente a paciente, devido à falta de conhecimentos dos técnicos de saúde. Os especialistas destacaram problemas como medidas de controle e prevenção precárias nos centros de saúde, o hábito de os doentes visitarem vários hospitais para obter segundas e terceiras opiniões e ainda a tradição dos familiares de acompanhar muito de perto os enfermos.
A Coreia do Sul é o segundo país onde se registra o maior número de contágios, depois da Arábia Saudita, que informou a primeira vítima do vírus em 2012. Desde então, o vírus já infectou mais de 1,2 mil pessoas, das quais mais de 450 morreram.
*As informações são da Agência Brasil