Pequena cidade do Sudoeste ensina como ter ensino de qualidade. Vai lá, Jerônimo!

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José Carlos Teixeira*

“Louvando o que bem merece
Deixo o que é ruim de lado”

 (Louvação, de Gilberto Gil)

 

 

Final de ano. Época de balanços. O que fizemos, o que deixamos de fazer, o que empurramos para o novo ano. Tempo de avaliar quem foi bem, quem foi mal, quem tão somente passou, sem deixar marcas. Momento para celebrar o bem feito e de apontar os olhos críticos para o mal feito, para entendermos e evitarmos que o erro não se repita no futuro.

Mas, por hora, deixemos o que é ruim de lado. Fiquemos hoje com quem nos deu motivo para orgulho numa área em que a Bahia vem sendo reprovada seguidas vezes: a educação. Louvemos, pois, quem bem merece.

É lugar comum, no mundo do poder, dizer que as coisas só não acontecem porque falta “vontade política” a quem tem a obrigação de fazê-las acontecer. Um eufemismo para dizer que os políticos só não fazem o que é preciso e todos querem que eles façam porque simplesmente a eles falta a vontade de fazer.

Pois bem, aos governantes de Licínio de Almeida, pequeno município de pouco mais de 12 mil habitantes, orçamento de R$ 45 milhões, no Sudoeste da Bahia, distante 745 quilômetros de Salvador, não faltou vontade na hora de fazer o que o poderoso Governo do Estado vem tentando, sem sucesso: garantir a todos um ensino de qualidade.

O ensino público municipal em Licínio de Almeida é tão bom que a única escola particular da cidade fechou as portas no início da década passada por absoluta falta de clientes, já que todos os alunos se transferiram para as escolas municipais.

Lá, fica a melhor escola pública das séries iniciais do ensino fundamental da Bahia: a Escola Municipal Pingo de Gente, que alcançou, em 2021, a nota 7,6 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (o Ideb, que mede a qualidade do ensino no Brasil). A nota da Bahia foi 4,9 e a média das caríssimas escolas particulares ficou em 6,6.

Nas séries finais do ensino fundamental, a escola, infelizmente, ficou em segundo lugar, com a nota 6,7 – mas ficou tudo em casa, pois perdeu o posto para outro estabelecimento municipal de Licínio de Almeida, o Colégio Padre Anchieta, que obteve a nota 6,8.

O segredo do sucesso? Colocar a educação como prioridade, aplicar bem os recursos, contar com professores qualificados e motivar a comunidade escolar. Simples assim.

Licínio de Almeida é um orgulho para a Bahia. Vai lá, Jerônimo, vai lá!

 

*José Carlos Teixeira é jornalista, graduado em comunicação social pela Universidade Federal da Bahia e pós-graduado em marketing político, mídia, comportamento eleitoral e opinião pública pela Universidade Católica do Salvador.

 

 

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