Prefeitura esclarece negociação com agentes de saúde

Grevistas em Assembleia no início do mês de julho
Foto: Reprodução/ Blog Ivando Agente de Saúde
Grevistas em Assembleia no início do mês de julho Foto: Reprodução/ Blog Ivando Agente de Saúde

A Prefeitura de Salvador enviou nota à imprensa esclarecendo que está negociando sistematicamente com o Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde e Contendores de Doenças Endêmicas e Epidemiológicas do Estado da Bahia (Sindacs).  Os funcionários estão em greve desde o dia 19 de junho e, nesta quarta-feira (15), pela manhã, grevistas foram em caminhada até a região dos Barris e garantiram a continuidade da greve.

De acordo com a nota, a prefeitura está com Mesas Permanentes de Negociação (MPN), mecanismo de diálogo implantado pela atual gestão e que já garantiu, com cerca de 400 horas de conversa, conquistas importantes aos servidores.

O secretário de Gestão, Alexandre Pauperio, afirmou que defende o diálogo permanente com as diversas categorias através das mesas. “A MPN trata com respeito as entidades representativas dos servidores públicos e isso é reconhecido por todos. Através do diálogo aberto e responsável com os sindicatos e associações que representam os servidores, conquistas importantes foram obtidas como o Plano de Cargos e Vencimentos (PCV) e a implantação do plano de saúde . Acreditamos que o entendimento é o melhor caminho para avançarmos”.

Grevistas em Assembleia no início do mês de julho Foto: Reprodução/ Blog Ivando Agente de Saúde
Grevistas em Assembleia no início do mês de julho
Foto: Reprodução/ Blog Ivando Agente de Saúde

A administração já fechou acordo com outros sindicatos e associações que proporcionou aos agentes comunitários de saúde e os de combate às endemias um reajuste de 13,9% retroativo a maio, passando o salário-base de R$ 692,08 para R$ 788. Além do salário-base, a categoria recebe gratificações que chegam a 107,5%, totalizando uma remuneração mensal de R$ 1.635, ou seja, 61,25% superior ao piso nacional. Quanto à greve, Pauperio reforça que o município não tem autorização para pagar os dias não trabalhados. “Os dias dessa paralisação descabida serão descontados na folha de pagamento deste mês”, afirma.

 

A Prefeitura esclarece que, nos termos da Constituição Federal, compete à União prestar assistência financeira complementar ao município com 95% do piso salarial de que trata o artigo nono da Lei 12.994/14. No entanto, isso não vem sendo cumprido em Salvador, uma vez que até hoje o Ministério da Saúde só participa na saúde da família com um incentivo financeiro de custeio por agente comunitário de saúde, via bloco da Atenção Básica, sem referência a pagamento de pessoal. Quanto aos agentes de endemias, jamais houve qualquer repasse do governo federal voltado ao financiamento do pagamento desses servidores, ficando todo o encargo de pessoal as custas da fonte do tesouro municipal.

O Decreto Federal nº 8474, de 22 de junho de 2015, regulamenta a Lei nº 12.994 que fixa o piso salarial dos agentes em ambas as categorias quanto a assistência financeira complementar a ser prestada aos municípios, estabelecendo diretrizes para o atendimento a tal benefício e transfere ao Ministério da Saúde a definição de valor a ser estabelecido em portaria a ser editada com prazo de 90 dias da publicação da referida legislação. Entretanto, até o momento nada foi repassado.

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