Raul Seixas faria 70 anos hoje

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Raul Santos Seixas está mais presente nas lembranças dos seus fãs neste domingo (28), em que completaria 70 anos. Filho de Maria Eugênia Pereira dos Santos e Raul Varella Seixas, o roqueiro baiano nasceu nove meses após o casamento dos pais e o interesse pelo rock´n roll começou quando ele tinha apenas 9 anos, época em que morava perto do consulado americano, em Salvador, onde os funcionários apresentaram a ele o som de Little Richard, Howlin’ Wolf, Bo Diddley e Chuck Berry, entre tantos outros astros. Em 1955, aos 10 anos já tocava no Relâmpagos do Rock com um rádio de válvula adaptado pelo pai como amplificador.

“Eu tocava e me atirava no chão, imitando o Little Richard, como via nos filmes americanos. E sempre notava que as primeiras filas ficavam vazias. É que as mães pensavam que eu era epiléptico. Tocamos assim até 1966, quando fui gravar Raulzito & Seus Panteras”, contou em entrevista à revista Bizz, em 1986.

Em Salvador, Raul fazia shows no Cine Roma com a banda até se mudar, aos 27 anos, para o Rio de Janeiro, onde o grupo não foi bem. Graças ao amigo Jerry Adriani, ele foi trabalhar na CBS produzindo grupos como Trio Ternura, Renato & Seus Blue Caps e Tony & Frankie. Mas um encontro com o capixaba Sérgio Sampaio o fez voltar a cantar.

Em 1972, inscreveu-se no VII Festival Internacional da Canção e cantou “Let Me Sing, Let Me Sing”, sendo contratado pela gravadora Philips. Um ano depois lançou o álbum “Krig-Ha, Bandolo!”, que tinha sucessos como “Ouro de Tolo”, o primeiro single a estourar no Brasil, “Mosca na Sopa”, “Al Capone” e “Metamorfose Ambulante”.

O encontro com Paulo Coelho se deu após Raulzito ler um texto do “mago” sobre discos voadores publicado na revista hippie A Pomba. Juntos, compuseram “Tente Outra Vez”, “Medo da Chuva”, “Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás”, dentre outros sucessos. Mas nem sempre a parceria foi tranquila. “Posso dizer que existia uma briga cultural com ele, para ver quem ganhava. Eu era o melhor amigo do inimigo, e vice-versa. Depois, houve um certo desgaste no relacionamento. Mas sempre foi uma boa parceria, saíram obras lindíssimas”, disse à jornalista Sonia Maia, em entrevista à revista Bizz, em março de 1987.

Os dois foram presos e torturados em 1974, quando já falavam na Sociedade Alternativa e lançaram “Gita” – o maior hit da carreira, vendendo 600 mil exemplares do álbum homônimo. Raul e Paulo Coelho foram expulsos do Brasil. Na década de 80, o cantor já mostrava a saúde debilitada, graças ao alcoolismo e à diabetes. Foi convidado para cantar com o baiano Marcelo Nova, ex-Camisa de Vênus, em 50 shows por todo o Brasil. Prestes a lançarem o álbum de inéditas “A Panela do Diabo”, em 1989, Raul morreu de parada cardíaca.

Com informações do jornal A Tarde.

Foto de capa: g1.globo.com.

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