Segundo bebê morre em maternidade de Juazeiro em um período de 11 dias

Após denúncias, Ministério Público pede inspeção em maternidade de Juazeiro (Foto: Reprodução/TV Bahia)
Após denúncias, Ministério Público pede inspeção em maternidade de Juazeiro (Foto: Reprodução/TV Bahia)
Após denúncias, Ministério Público pede inspeção em maternidade de Juazeiro (Foto: Reprodução/TV Bahia)

Um recém-nascido morreu na maternidade de Juazeiro, no norte do estado, na quinta-feira (31). O caso foi divulgado nesta sexta-feira (1°) pela Secretaria de Saúde de Juazeiro, e é o segundo registro de morte na mesma maternidade em um período de 11 dias.

O primeiro caso ocorreu com a filha do promotor de vendas Herlon Muzatier. Ele contou que a mulher dele deu entrada no hospital dia 16 de agosto e teve que esperar por um parto normal durante quatro dias, mas o bebê não resistiu. Logo depois desse primeiro bebê morrer, várias mães denunciaram a unidade por maus-tratos e, com isso, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) pediu uma inspeção no local.

De acordo com a família do bebê que morreu na última quinta-feira, a mãe da criança, Maria das Dores, deu entrada na maternidade às 6h sentindo muitas contrações. Ela foi avaliada pela equipe médica que constatou que ela não tinha dilatação. Às 16h, a mulher foi levada para a sala de parto, mas disse que já não sentia o bebê se movimentar na barriga. Às 19h, o parto ainda não havia sido feito, mas quando a cesária aconteceu, o bebê já estava morto.

Com as mortes, a Secretaria de Saúde Municipal informou que afastou um profissional por conduta negligente, instaurou sindicância para apurar irregularidades e anunciou medidas para a maternidade, que é a única pública da cidade e atende a 53 municípios da região.

Álvaro Pachecom, assessor técnico da Secretaria de Saúde de Juazeiro, disse que a equipe médica que atendeu a paciente seguiu o protocolo do Ministério da Saúde. “Mesmo realizada a cesariana, o bebê já nasceu com condição deteriorada, recebeu os cuidados da pediatria, mas acabou indo a óbito”, explicou.

Ainda em relação ao segundo bebê, no atestado de óbito, a causa da morte consta como indeterminada. O hospital disse que o bebê estava em sofrimento crônico por falta de oxigênio no útero, mas não revelou a causa.

Maria das Dores continua internada. Os familiares ainda estão abalados e contaram que a mãe fez todo o acompanhamento pré-natal e a saúde da criança era perfeita.

O enterro do bebê foi realizado nesta sexta-feira, no Cemitério Jardim da Saudade, na cidade de Senhor do Bonfim, também no norte da Bahia.

Primeira morte

O promotor de vendas Herlon Muzatier acusou a Maternidade Municipal de Juazeiro, de negligência, após a filha que ele a mulher estavam esperando morrer horas depois do parto, no último dia 20 de agosto.

Após a denúncia, a dona de casa Andressa Fernandes, que também teve filho no local dias antes, relatou ter sido abandonada no corredor da unidade de saúde e agora se juntou a Herlon para processar o hospital.

Herlon disse que, depois de nascer, a filha precisava ser transferida para uma UTI neonatal, mas a maternidade não dispõe de um setor assim.

Complicações e problemas no coração aparecem no atestado de óbito da filha de Herlon como causas da morte da criança. A família no entanto contestou, dizendo que tem as ultrassons que comprovam o bom estado de saúde do bebê.

Depois que Herlon denunciou a morte da filha recém-nascida, surgiram outras denúncias contra o atendimento prestado a mulheres em trabalho de parto na maternidade municipal. Uma delas foi a de Andressa Fernandes.

O segundo filho dela nasceu no dia 28 de julho na maternidade, mas ela disse que não foi do jeito que esperava. Andressa revelou que já estava com a bolsa estourada e andava pelo corredor. Ela começou a sangrar e a mãe dela pediu ajuda, mas uma funcionária do hospital disse que tinha acabado o horário do plantão e que era para ela esperar outra funcionária chegar.

O parto de Andressa foi feito no corredor do hospital, ao lado de lixeiras, e foi filmado pela mãe dela. Atualmente, a dona de casa recebe acompanhamento psicológico e diz que só tomou coragem para denunciar o caso após saber da morte da filha de Herlon. O promotor de vendas e Andressa contrataram um advogado para processar o município por negligência.

As informações são do G1 Bahia

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