Segundo um levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM), com base em dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), do Ministério da Saúde, quase 15 mil leitos de internação foram desativados na rede pública de saúde desde julho de 2010 e julho de 2014, quase 10 leitos por dia.
O período escolhido desconsiderou datas anteriores devido à informação do próprio governo de que os números anteriores a 2010 poderiam não estar atualizados.
Os leitos de internação são aqueles destinados a pacientes que precisam permanecer no hospital por mais de 24h horas. Segundo o presidente do CFM, Carlos Vita, a diminuição dos leitos de internação ou cirurgia reflete no aumento do tempo de permanência dos pacientes nas emergências, à espera de encaminhamento ou referenciamento. Para ele, a falta de leitos para internação é considerada a principal causa da superlotação e do atraso no diagnóstico e no tratamento, aumentando a taxa de mortalidade.
Em números absolutos, os estados do Sudeste são os que mais sofreram com a redução no período, principalmente no Rio de Janeiro, onde 5.977 leitos foram desativados desde julho de 2010. Na sequência, aparece o Nordeste, com 3.533 desativações no período. Centro-Oeste e Norte sofreram cortes de 1.306 e 545 leitos, respectivamente. A região Sul é a única que apresenta alta de leitos (mais 417).
Dentre as especialidades mais afetadas no período, em nível nacional, constam pediatria cirúrgica (-7.492 leitos), psiquiatria (-6.968), obstetrícia (-3.926) e cirurgia geral (-2.359). Já os leitos destinados à clínica geral, ortopedia e traumatologia foram os únicos que sofreram acréscimo superior a mil leitos.
(Fonte: http://www.sindhosp.com.br/noticias/8258/SUS-perde-14,7-mil-leitos-de-internacao-em-4-anos )