Tampinhas de garrafa viram brinquedos de montar

Tampinhas foram desenvolvidas por dois inventores brasileiros, Henry Suzuki e Claudio Patrick Vollers. Foto: Divulgação
Tampinhas foram desenvolvidas por dois inventores brasileiros, Henry Suzuki e Claudio Patrick Vollers. Foto: Divulgação
Tampinhas foram desenvolvidas por dois inventores brasileiros, Henry Suzuki e Claudio Patrick Vollers. Foto: Divulgação
Tampinhas foram desenvolvidas por dois inventores brasileiros, Henry Suzuki e Claudio Patrick Vollers. Foto: Divulgação

Neste mês, um novo “brinquedo” chegou às prateleiras – não das lojas para crianças, mas dos supermercados. São garrafas d’água cujas tampinhas funcionam como peças de montar coloridas e contam com pinos para se encaixar umas nas outras.

A novidade está sendo lançada pela Naturágua, marca cearense de água mineral. Mas as Clever Caps, como são chamadas as tampas, já têm três anos de estrada. Desenvolvidas por dois inventores brasileiros, Henry Suzuki e Claudio Patrick Vollers, elas receberam o IF Packaging Design Award 2014 e chamaram a atenção do London Design Museum, que as incluiu na seleção Designs of the Year 2014.

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Seus criadores destacam que as tampinhas são ecologicamente corretas (já que sequer precisam ser recicladas), socialmente justas (pois podem atender crianças carentes, artesãos e educadores) e economicamente viáveis. Cada tampinha sai por cerca de sete centavos. É quase o dobro de uma tampinha normal (que custa, em média, três centavos), mas, mesmo assim, a diferença não acarreta em um aumento significativo do produto.

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Já o investimento feito pelos inventores até agora foi alto. Henry, que também é consultor em inovação, afirma que não dá para precisar o total investido no projeto. Mas, só para dar uma ideia, cita que um molde pequeno de aço – capaz de criar apenas uma tampinha por vez – pode custar até R$ 40 mil.

Para comprar moldes maiores – e assim otimizar a produção, reduzindo custos –, Henry e Claudio recorreram ao site americano de crowdfunding Indie Gogo. Por meio de duas campanhas, eles arrecadaram aproximadamente US$ 4 mil. Ficaram longe da meta inicial (de US$ 100 mil), mas conseguiram o suficiente para avançar bons passos. “Estamos na fase de finalização dos moldes maiores, com capacidade para fazer mais tampas de uma vez. E aí sim, poderemos fazer milhões de Clever Caps por mês”, estima Henry.

A arrecadação no crowdfunding também foi vinculada, como contrapartida, à doação de 30 mil tampinhas. Entre as associações que já receberam as Clever Caps, estão a cearense Edisca, que ajuda a formar jovens carentes por meio da arte, e a paulista Fraternidade Irmã Clara, que abriga e atende portadores de paralisia cerebral.

Henry estima que metade das tampinhas já foi entregue. E, ao longo desse processo, ele se deparou com uma reação curiosa por parte das crianças. Não só elas aprovaram o novo brinquedo como se empolgavam ao saber que as peças chegaram até elas pelo próprio inventor. “Uma professora me contou que as crianças não acreditavam. ‘Um inventor de verdade veio aqui mesmo?’”, conta Henry. Nesse dia, elas quiseram brincar de “ser inventor” também. “O que a gente fez foi olhar com outros olhos para uma coisa que todo mundo joga fora”, conta Henry. E é essa a mensagem que ele espera passar adiante, de maneira lúdica.

*Revista Galileu

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