Cerca de um milhão de deficientes auditivos são crianças e jovens de até 19 anos

Foto: Divulgação
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Mais de 10 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência auditiva, sendo classificada como a segunda mais comum no país, de acordo com o IBGE. Desse total, a perda auditiva infantil chama a atenção por abranger cerca de um milhão de crianças e jovens até 19 anos. Por conta disso, é fundamental que os pais fiquem atentos aos sinais emitidos pelos filhos durante o processo de desenvolvimento.

De acordo com o vice-presidente da Sociedade Baiana de Otorrinolaringologia, Marcos Juncal, “ver televisão no volume alto, ter dificuldade no aprendizado e falar em tom superior ao das outras crianças são os principais indícios da perda auditiva infantil”. O médico ainda conta que, “dois anos é a idade ideal para o princípio da fala, em relação aos bebês de colo”.

A audição desempenha um papel crucial no desenvolvimento da voz e na linguagem da criança. Se os sintomas não forem detectados e a doença não for tratada, “a perda auditiva também pode afetar negativamente a capacidade de comunicação e socialização”, destaca Juncal.

“Em crianças mais velhas, assim como em adultos, o exame indicado é a audiometria. Para os bebês, a suspeita pode ser esclarecida através do teste da orelhinha, realizado pelo otorrino. Portanto, é fundamental ficar atento aos sinais e procurar auxílio de um profissional”, explica o médico.

Quando diagnosticada a perda auditiva em crianças, é natural que os pais procurem saber os motivos. Diante do problema, Juncal relata que, “dentre as principais causas, estão gravidez de alto risco, ingestão de medicamentos, álcool, drogas no período de gestação, além de doenças hereditárias e infecciosas”. O especialista ainda destaca que, após o nascimento da criança, “pode acontecer a surdez após acidentes, tratamentos de quimioterapia, doenças crônicas de inflamação nas orelhas, entre outros fatores”.

Ainda assim, Marcos Juncal informa que “não há nenhuma razão para que uma criança com problemas auditivos tenha uma infância prejudicada. Se o quadro for irreversível, aparelhos auditivos já são adaptados para resistirem à dinâmica dos pequenos, bem como proporcionar uma boa qualidade de vida”.

É importante destacar também que, para todos os níveis de surdez, existem tratamentos com implantes auditivos, com modelos diversificados, seja proporcionando a amplificação sonora, transmissão por via óssea ou estimulação coclear. No Brasil, os pacientes já podem optar pelo tipo de amplificação implantável. Nesse caso, o aparelho é instalado atrás da orelha, embaixo do couro cabeludo.

Principais tipos de perda auditiva – Os tipos de perda auditiva variam de acordo com o grau da surdez. Na classificação principal, existe o tipo leve (25 a 40 dB), que o paciente tem dificuldade para ouvir sons baixos e entender a fala em ambiente com ruídos. Palavras pequenas e sons indistintos têm tendência a não serem captados.

Há também o tipo moderado (41 a 45 dB), que existe a incapacidade de ouvir sons fracos e dificuldade para entender a fala. Aparelhos auditivos são necessários para a amplificação do som. Do contrário, a criança pode ter um vocabulário limitado, produzir uma articulação fraca ou confusa da fala e desenvolver habilidades comunicativas restringidas.

Existe também a perda auditiva severa e profunda (71 dB e acima). É improvável o desenvolvimento da fala sem amplificação de aparelhos auditivos ou outras intervenções. Além disso, a criança pode ser encaminhada para um programa de implante coclear, que corresponde ao ouvido biônico.

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