Devedores do Fies reclamam de parcelas altas e desistem de renegociar

novo_fies_03.09.2019

A renegociação do Fies (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior), programa do governo federal para financiar o ensino superior, não tem sido atraente para muitos inscritos que ainda têm prestações a pagar. Parcelas altas e valores à vista longe da realidade financeira foram argumentos citados por jovens profissionais que desistiram de pagar a dívida.

“Fiquei ansiosa pela renegociação, mas continuou inviável pagar”, disse a psicóloga Maria Jaíne da Silva de Oliveira, 25. Com uma dívida de pouco mais de R$ 51 mil, a parcela do seu financiamento é, hoje, de R$ 540. Nesse modelo, ela ainda vai pagar cerca de 95 prestações.

A proposta de renegociação era de 150 parcelas de R$ 497 — o que totalizaria R$ 74.550. Ou, à vista, R$ 45 mil. “Não mudou muito para mim”, afirmou. “Acredito que [essa renegociação] não atende a necessidade e realidade financeira de muitos estudantes.”

A MP (Medida Provisória) 1.090, regulamentada em 10 de fevereiro, permite a renegociação de contratos feitos até 2017. A renegociação foi liberada a partir de 7 de março, até 31 de agosto.

Para inscritos no CadÚnico (o cadastro únicos para programas sociais do governo federal) e que receberam auxílio emergencial durante a pandemia de coronavírus, os descontos são de 92%. Aos demais, o desconto é de 86,5%. Essas porcentagens valem para quem tem mais de 360 dias de atraso no pagamento.

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