Diagnóstico precoce é fundamental no tratamento da Amiloidose

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A amiloidose é uma doença rara, de causas desconhecidas e de difícil diagnóstico, pois seus sintomas não são específicos. Ela ocorre quando há acúmulo, ao redor dos vasos sanguíneos, de pedaços de proteína dobrados em uma configuração altamente estável. Essas proteínas vão se depositando em um ou mais órgãos, podendo comprometer o seu funcionamento e, em casos mais graves levam à morte.

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Segundo o Oncohematologista, Celso Massumoto, os órgãos mais afetados são o coração, fígado, rins, entre outros. “A amiloidose ocorre com a mesma frequência em homens e mulheres, geralmente após os 50 anos de idade e, se não tratada a causa, evolui para o óbito em um a dois anos após o diagnóstico, dependendo da causa e gravidade da doença” afirma o especialista.

Há três tipos principais de amiloidose, a primária, a secundária e a genética. A Amiloidose Primária (AL) é a mais comum, e geralmente está associada a uma doença da medula óssea, a doença de cadeia leve. O acúmulo de amilóide geralmente afeta o coração, rins, pulmões, pele, língua, nervos e intestino. A Amiloidose Secundária (AA) é observada em pessoas portadoras de doenças inflamatórias sem tratamento adequado por mais de uma década, especialmente doenças inflamatórias intestinais, artrite reumatóide, osteomielite, tuberculose, hanseníase e outras doenças. A Amiloidose TTR Hereditária é muito rara e ocorre quando uma mutação genética leva a produção de uma proteína amilóide, a Transtirretina (TTR) que é uma proteína produzida no fígado e presente no sangue e na medula espinhal. A mutação ou as muitas formas dessa proteína (presente em 10% da população mundial) causam essa doença, geralmente de herança paterna. A identificação da proteína envolvida é importante para prever suas possíveis complicações, tratamento precoce e risco de transmissão para os filhos.

“Os sintomas geralmente são fadiga, perda de peso, edema (inchaço) nas pernas e falta de ar antes do diagnóstico. Podem ainda apresentar sensibilidade diminuída nos dedos, diarréia, empachamento após alimentação, aumento na espessura da língua e tonturas ao se levantar” alerta Massumoto. Ainda segundo o especialista, o diagnóstico é dificultado pela associação da amiloidose a diversas outras doenças e devido à grande diversidade de sintomas. “Deve-se suspeitar da amiloidose quando vários órgãos tornam-se insuficientes ou quando um indivíduo apresenta sangramento fácil sem razão aparente”, explica.

Após o diagnóstico inicia-se o tratamento, que em casos selecionados, é feito com quimioterapia seguida de transplante autólogo de células-tronco da medula óssea (material retirado do próprio paciente) na forma primária e com transplante de fígado na hereditária. Outro tratamento envolve o uso de bortezomibe e lenalidomida ,que são drogas quimioterápicas. “Quando o diagnóstico é precoce as chances de cura são grandes”, finaliza o médico.

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