Produtor de ‘rave’ onde turista morreu diz que prestou socorro à vítima

Festa foi realizada no sábado (3), em Vila de Abrantes, região metropolitana de Salvador (Foto: Arquivo Pessoal)
Festa foi realizada no sábado (3), em Vila de Abrantes, região metropolitana de Salvador (Foto: Arquivo Pessoal)
Festa foi realizada no sábado (3), em Vila de Abrantes, região metropolitana de Salvador (Foto: Arquivo Pessoal)

O produtor Danilo Barreto, responsável pela festa eletrônica Aurora, em Camaçari, na região metropolitana de Salvador, onde um turista morreu após passar mal, assegurou ter prestado socorro à vitima. A festa aconteceu no último final de semana, no distrito de Vila de Abrantes. A vítima faleceu no domingo (4), no Hospital Geral Menandro de Farias, em decorrência de uma parada respiratória. Além do turista morto, um jovem de 22 anos que também participou da ‘rave’ desapareceu no local do evento.

De acordo com Danilo, o turista foi atendido por um médico e duas enfermeiras, antes de ser levado para o hospital com a ambulância do evento. “Ele saiu com um médico e duas enfermeiras, socorristas. Um dos socorristas me falou que ele teve parada cardíaca e foi usado o desfibrilador aqui dentro. A partir daí ele deu um recuperada, voltou os sinais vitais e saiu com coração pulsando bem devagar. Quando chegou lá [no hospital], o médico disse que teve hemorragia da pleura”, explicou Danilo.

A delegada titular de Abrantes, Maria Daniele Monteiro, responsável pelas investigações, confirma a versão de Danilo. “Foi passado para nós que ele chegou ao hospital levado por uma ambulância particular. Pelo depoimento do produtor, acreditamos que realmente tenha sido a ambulância do evento”, disse ela ao G1.

O produtor se apresentou espontaneamente à delegacia na terça (6), onde prestou depoimento para dar esclarecimentos sobre o caso. Danilo disse ainda que, além da equipe encarregada de prestar socorro, o evento contou também com um grupo de seguranças.

“A gente contrata equipe de segurança que faz revista corporal e de volumes e pertences. Isso inclui abrir mochila e olhar os bolsos das pessoas. Não é permitido entrar com garrafa de bebida no evento”, disse ele.

Na página da festa em uma rede social, a organização disponibiliza um manual onde informa aos participantes sobre a revista. “Na portaria da Aurora haverá revista corporal e de volumes, como bebidas alcoólicas, armas e drogas. Não será permitida a entrada de qualquer tipo de bebida. Será permitida a entrada de frutas, barras de cereais, biscoitos e chocolates em quantidades individuais. Não será permitida a entrada de substâncias ilícitas, garrafas de vidro e objetos pérfuro-cortantes”, diz a intrução.

No guia é possível encontrar também um tópico que instrui os participantes a se divertirem “com responsabilidade”. “Evite excessos. Procure o Posto Médico da equipe da Unividas. Respeite a si mesmo. Respeite quem está do seu lado”, aconselha o ítem.

Segundo a delegada, caso fique comprovado que Danilo tinha conhecimento do uso de substâncias tóxicas no local, ele pode responder por crime da Lei de Tóxicos.

Desaparecido

A Polícia Civil também investiga o sumiço de Eric Geovane, que desapareceu no evento. De acordo com o Corpo de Bombeiros, seis bombeiros auxiliam a Polícia Civil nas buscas pelo jovem, nesta quarta-feira (7).

Um colega de Eric fez um postagem na página do evento pedindo para que as pessoas entrem em contato com a família caso vejam o rapaz em algum lugar. “Ele acabou numa ‘bad’, saiu correndo e se perdeu na mata, quem viu ele, ou tiver alguma pista alguma notícia por favor entrar em contato. Estamos aflitos precisamos encontra-lo”, diz trecho da postagem.

Jovem desapareceu durante festa na Bahia (Foto: Reprodução/Facebook)

Segundo o analista de suporte técnico Kleber Oliveira, que é tio de Eric, o rapaz saiu da cidade de Irecê, onde mora, com mais três colegas, no sábado (3), para participar da festa. No local, segundo o parente, o jovem teria tido um surto e saiu correndo antes de desaparecer.

“Segundo os colegas, ele estava na festa e, já na tarde do domingo, tinha surtado e dizia que alguém queria matar ele. Os colegas ainda conseguiram acalmar ele por alguns minutos, mas depois ele voltou a ficar inquieto e saiu correndo para o meio do mato e não foi mais visto”, disse o tio do rapaz, em contato com o G1.

Alvará

Procurada pelo G1 na terça-feira, a Prefeitura de Camaçari informou, por meio de nota, que “Os organizadores da festa não pediram qualquer autorização à Secretaria de Serviços Públicos da Prefeitura de Camaçari para realizar o evento por ter sido organizado em condomínio privado”. Danilo, no entanto, disse que existe um alvará da prefeitura expedido pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (Sedur).

“Nós temos um alvará da prefeitura emitido no dia 2 de junho, de quase R$ 20 mil, assinado pela Sedur, liberando o evento. Para eu ter esse documento, preciso apresentar contrato de locação do espaço e segurança profissional e do posto médico móvel, pagamento de ISS [Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza], autorização da Defesa Civil e dos Bombeiros, e um Plano de Incêndio e Emergência”, pontuou.

O G1 entrou em contato com a prefeitura para saber novamente sobre o alvará mas ainda não obteve resposta. Já o Corpo de Bombeiros informou que o quartel responsável pela região onde a festa ocorreu não foi notificado da realização do evento.

Fonte: G1 Bahia

Outras Notícias